Blast from the Past

Blast from the Past: Monster Party (NES)

O que você faria caso um monstro de outro planeta aparecesse na sua frente e pedisse ajuda? Pessoas de bom senso sairiam correndo rapidamen... (por Farley Santos em 01/11/2012, via Nintendo Blast)


O que você faria caso um monstro de outro planeta aparecesse na sua frente e pedisse ajuda? Pessoas de bom senso sairiam correndo rapidamente, mas um garoto chamado Mark decidiu ajudar a criatura, partindo numa estranha aventura. Essa é a trama de Monster Party, jogo de plataforma lançado para NES em 1989. Com situações macabras como caveiras sangrando e monstros esquisitos, o game é lembrado pela sua peculiaridade.

Uma visita de outro mundo

"Oh, legal, um monstro! "
Mark é um garoto como qualquer outro. Um dia, voltando de um jogo de basebol, o menino é abordado por Bert, uma estranha criatura alada de outro planeta. O alien veio para a Terra atrás de ajuda: Dark World, seu planeta natal, foi dominado por monstros malignos. Mark é convidado a partir nesta missão, entretanto o garoto se sente apreensivo, afinal ele não tem meios de enfrentar os monstros. Bert acaba convencendo o menino, dizendo que seu bastão é suficiente. A dupla parte então para o Dark World. Durante o caminho o alien confessa que a única maneira de eles terem alguma chance contra as criaturas é juntando suas forças. Os dois se fundem e o garoto ganha o poder de se transformar em Bert quando necessário. E assim começou a bizarra aventura da dupla.

Um mundo bizarro

Monster Party é mais um típico jogo de plataforma para NES. Controlando Mark, o objetivo é chegar até o fim do estágio, desviando de perigos e destruindo todos os monstros que aparecerem no caminho. A jogabilidade é simples: o botão A faz o garoto pular, enquanto B ativa o ataque com o bastão. Além de atacar os inimigos, o bastão também reflete projéteis, algo extremamente útil e necessário durante a aventura. Ao coletar um comprimido, Mark se transforma em Bert. O monstro atira lasers da testa e pode voar, mas infelizmente a transformação não dura muito tempo.


Cada nível tem várias portas espalhadas pelos cenários. São nestas salas que estão confinados os chefes, que devem ser derrotados para receber a chave que abre o caminho para o próximo estágio. São por volta de três chefes por fase, que vão de criaturas como plantas assassinas, aranhas gigantes e zumbis. As locações visitadas por Mark não são muito criativas: pirâmides, florestas, castelos, entre outros lugares comuns, repletos de monstros esquisitos.


Doses de loucura

O que diferencia Monster Party de outros mil jogos de plataforma lançados para o NES são as várias maluquices presentes no game, assim como a tentativa de ser assustador. Um exemplo claro é o primeiro estágio. Mark avança por um cenário normal, repleto de blocos com carinhas felizes e montanhas ao fundo. Seria até possível confundir com um jogo da Hello Kitty se não fosse a presença de inimigos peculiares como uma pessoa envolta de uma aura estranha e vários pares de pernas brotando do chão . Ao alcançar a metade da fase, a real identidade de Dark World é revelada: as carinhas se tornam crânios ensanguentados, o céu fica negro e a música é alterada para uma canção fúnebre e sombria. Muito macabro.


Que planta simpática...
Mas nada supera a loucura dos vários chefes do game. Alguns mestres são criaturas clássicas do terror como esfinges, zumbis, fantasmas e até mesmo a morte em pessoa. Natural, afinal a temática é justamente essa. Já outros monstros são bem inusitados: um gatinho gigante, um espeto de camarão frito, um cantor de punk e até mesmo um poço possuído. Para completar a bizarrice do pacote, cada luta é precedida de alguma fala estranha. A planta assassina, o primeiro chefe do jogo, diz “Hello! Baby!” (Olá! Bebê!) assim que Mark entra em sua sala. Já a esfinge reclama de suas dores com a frase “My legs are asleep!” (Minhas pernas estão dormentes). Um fantasma samurai é realista ao dizer “I.... am a slowpoke” (Eu.... sou lento). Mas nenhum supera um chefe que declara “Sorry, I’m dead” (Desculpe, eu estou morto) e depois desaparece. Haja maluquice.


Festa monstruosa

Mesmo não sendo muito conhecido, Monster Party sempre é lembrado por ser um dos poucos jogos que escapou da forte censura da Nintendo. Não é qualquer game de NES que mostra caveiras ensanguentadas e a Morte saudando o jogador com “Welcome! Entrance to hell” (Bem-vindo! Entrada para o inferno), ainda mais em um jogo supostamente direcionado para crianças. De qualquer maneira, Monster Party é uma alternativa divertida para aproveitar o Halloween. E vocês, tiveram a oportunidade de jogar este game?


Revisão: Marcos Vargas Silveira

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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