Vem aí

Prévia: Donkey Kong Country: Tropical Freeze está chegando para agitar e congelar o seu Wii U!

A macacada está prestes a invadir o Wii U e nos fazer perguntar: é isso mesmo o que a Retro Studios deveria ter desenvolvido?


Nenhuma outra vez um jogo da Retro Studios foi tão pouco desejado quanto Donkey Kong Country: Tropical Freeze. Depois de ter surpreendido a todos com a qualidade impecável da trilogia Metroid Prime e de ter trazido de volta o macacão da Nintendo à sua melhor franquia, a “nova Rare” resolveu dar continuidade à sua renovada na série Donkey Kong Country. Embora muitos fãs (inclusive nós) adorassem ter visto um novo Metroid ou Star Fox pelas mãos da Retro, será que Tropical Freeze não merece o nosso respeito? Será que fases inspiradíssimas, novos personagens jogáveis, visuais estonteantes e uma trilha sonora que promete muito não serão exatamente o que essa aventura em progressão lateral pode oferecer de melhor ao Wii U?
"Mas de novo? Cadê minhas
férias, Nintendo!?"

Donkey Kong retorna de novo

Quando Donkey Kong Country Returns foi anunciado para Wii na E3 2010 como a próxima obra-prima da Retro Studios, o retorno triunfal de Donkey Kong foi ovacionado até dizer chega. E o lançamento não decepcionou – tanto em crítica quanto em vendas. A questão é: por que não surtiu o mesmo efeito com Tropical Freeze sendo talvez a única grande surpresa da Nintendo na E3 2013?

É claro que não tem o mesmo impacto do reboot de 2010, mas convenhamos que isso não desqualifica a capacidade dessa sequência. Pensando em Country Returns e Tropical Freeze numa relação semelhante à de Rayman Origins e Legends, dá para ter uma clara ideia de que, mesmo sem inovar ou surpreender, dá para esperar muito desse novo DK.

Mais do mesmo? Bem, com uma física semelhante, engine gráfica apenas atualizada e esquema geral de jogo conservado, não dá para esperar tanta novidade estrutural em Tropical Freeze. Mas quando pensamos que o que realmente importa em um jogo de plataforma é o design de fases, os trailers e a experiência passada com Country Returns nos fazem crer que Tropical Freeze será mais um assassino de New Super Mario Bros. U (Wii U) e páreo duro para Rayman Legends.

Apagar chamas com uma bengala de madeira não é uma boa ideia, Cranky...

O poder da família

Como dito, as fases são um elemento crucial. Tropical Freeze já nos mostrou que temos seis ilhas com temáticas únicas (muitas não vistas em Country Returns, como as fases nevadas), elementos novos (como os trampolins de geleia) e uma mecânica de jogo que fez falta na aventura para Wii: a possibilidade de mergulhar. É claro que a saudade da grande seleção de animais de suporte ainda permanece, mas ao menos não sentiremos falta de conduzir DK pela imensidão subaquática.
Para quem estava com saudades, as fases aquáticas estão de volta!
Outras mecânicas já vistas receberam melhorias e desafios incríveis. Por exemplo, os impiedosos trechos em carrinhos de minas agora mudam de perspectiva de maneira cinematográfica e é até possível trocar o trilho a ser percorrido para evitar uma morte certa. Já as sessões inteiramente através de barris flutuantes estão muito mais cinematográficas e impressionantes. Tudo isso contribui para fazer de Tropical Freeze uma aventura surpreendente em cada estágio, que também contam com os níveis de dificuldade mais amigáveis da versão para 3DS de Country Returns.

Mas o que realmente temos de grande novidade em Tropical Freeze é a ajuda extra que o gorilão precisou pedir para sua numerosa família. Não apenas Diddy Kong ajudará novamente com sua mochila-jato e sua metralhadora de amendoins, mas também Dixie e Cranky Kong entram na jogada. A namorada de Diddy utiliza os longos cabelos loiros para aumentar a altura dos pulos – um pouco diferente da extensão dos saltos que ela antes proporcionava. Já o vovô rabugento põe os velhos músculos para trabalhar e, com a ajuda da sua bengala-pula-pula, vai mostrar a DK como era saltar sobre obstáculos em seu tempo de fliperama.

Só queremos saber quanto custam as Pokébolas que estão na máquina!

Mas, com Cranky voltando à ação, quem vai se responsabilizar por sua sempre útil loja de itens? Funky Kong! Ele vai trazer um ar mais radical e jovem à empoeirada e cafona mercearia Kong. Será que mais algum símio vai ajudar o quarteto de macacos a derrotar os Snowmads?

Mas, espere, eu disse “Snowmads”? Ah, sim, são os novos inimigos desse jogo. Os Tikis de Country Returns foram embora e, mesmo que os Kremlings não tenham voltado a tocar o terror, os Snowmads vão causar na Ilha Donkey Kong. Esses animais vikings congelaram a ilha da família Kong, fazendo das densas florestas uma mata gélida. Para trazer o clima tropical de volta, DK, Diddy, Dixie e Cranky devem enfrentar desafios não apenas na sua ilha natal, mas em outras quatro também e em um outro ambiente ainda não conhecido.

Donkey Kong Country:Tropical Freeze não traz apenas gelo.
O fogo promete infernar a vida dos jogadores .

Síndrome de Country 2

Tropical Freeze é uma continuação de Country Returns, mas, embora essa versão da série para o Wii U não tenha um “2” no título, podemos traçar entre eles um paralelo com Donkey Kong Country (SNES) e Donkey Kong Country 2: Diddy Kong’s Quest (SNES). Por exemplo, ambos introduziram Dixie Kong e conservaram a participação de Diddy. Além disso, os inimigos de Tropical Freeze são vikings, um tipo específico de pirata. Lembra que os Kremlings de Diddy Kong’s Quest têm uma temática pirata? Além disso, em Diddy Kong’s Quest e em Tropical Freeze, exploramos ilhas diferentes da Ilha Donkey Kong. Coincidência? Talvez por isso a Retro não tenha remixado as músicas de Diddy Kong’s Quest em Country Returns, mas apenas as do primeiro Country.

A macacada reunida

Assim como Country Returns, Tropical Freeze trará um interessante modo multiplayer, no qual até dois jogadores poderão unir suas habilidades para superar os obstáculos dessa aventura. Mesmo que os quatro personagens jogáveis tragam naturalmente a vontade de se jogar com mais três amigos, a Retro Studios continuou a limitar a jogatina em grupo para apenas duas pessoas. A decisão, na verdade, é justificada pela maior profundidade dos estágios se comparados, por exemplo, aos de New Super Mario Bros. U. Tropical Freeze tem fases mais longas e com desafios que fatalmente exigem mais calma, algo que uma jogatina caótica de quatro macacos simultâneos mais atrapalharia do que ajudaria.

Ainda assim, as variadas opções de controles marcam um ponto para o modo multiplayer do jogo. É possível usar a dupla do Wii (Wiimote + Nunchuk), o Pro Controller do Wii U e o Wii U GamePad (usando também os sensores de movimento, mesmo que a versão para 3DS de Country Returns tenha mostrado que apenas os botões funcionam muito melhor). O controle tablet permite ainda que se jogue o game inteiramente pela sua telinha, o que também evidencia uma ausência de mais inteligentes maneiras de se aproveitar o GamePad.

O avião ao fundo evidencia que Funky Kong é um barbeiro!

Beleza natural

Por mais que muitos ainda vejam os visuais de Tropical Freeze como uma evolução natural dos vistos em Country Returns, não tem como não admitir que estamos de frente para um dos títulos mais bonitos do Wii U. Ok, pode não levar os processadores do aparelho aos seus limites, mas a arquitetura dos cenários, as animações ao fundo, a pelugem detalhada dos macacos, as animações muito fluidas e a criatividade transbordando no visual de cada fase faz de Tropical Freeze lindo. E engana-se quem pensa que ele não faz o Wii U suar: é exatamente pelos gráficos desse jogo que o GamePad foi deixado de lado. Se a justificativa da Nintendo cola já é outra história.

Outro aspecto digno de nota no lado artístico de Tropical Freeze é sua trilha sonora. A aventura para Wii já havia trazido canções muito belas que misturavam temas clássicos remasterizados com melodias novas. Essa versão para Wii U impressionou os fãs da série por trazer de volta o sábio David Wise, exímio compositor da trilha da trilogia Country original. Dá para esperar músicas muito boas desse cara, inclusive é nosso desejo vê-lo retrabalhando Stickerbrush Symphony.

Rocket Barrel decolando de novo e te fazendo perder vidas infinitas

Maldição do segundo filho?

Donkey Kong Country: Tropical Freeze é exatamente aquele jogo que veio no contexto errado. A expectativa pelo novo projeto da Retro Studios era por algo hiper hardcore, e Country Returns já matou muito a saudade pela série Country. Então, com o que Tropical Freeze pode nos agraciar? Com mais do mesmo? Bom, se você acha que geniais fases novas, mecânicas de jogo inéditas, visuais incríveis, trilha sonora desejada e quatro macacos para perambular pela tela de sua televisão são “mais do mesmo”, eu não sei. O que eu sei é que Tropical Freeze promete nos divertir por horas.

Faltam coisas no jogo? Sim, é impossível não querer mais novidades, modos de jogo diferentes e alguma interação online, mas o que temos até então já vale muito a compra. Afinal, é uma das séries mais incríveis da Rare que a Retro Studios deu continuidade de maneira exímia. Quer mais o que, oras?

Enquanto Tropical Freeze não chega ao Wii U, Donkey joga em seu 3DS XL
Donkey Kong Country: Tropical Freeze (Wii U)
Desenvolvimento: Retro Studios/Nintendo
Gênero: Plataforma
Lançamento: 21 de fevereiro de 2014
Expectativa: 4/5

Revisão: José Carlos Alves
Capa: Alex Sandro de Mattos

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. compra mais que obrigatória, mesmo parecendo não mudar, esta nítido o trabalho no level designer e em como esta esta inteligente.

    Rafael Neves# parabéns pela previa, mesmo discordando um pouco dela, você levantou ótimos tópicos para formar essa matéria. Agora é esperar o jogo sair para ser lançada a avaliação ^_^ (e dar uma nota 5/5)

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  2. Dk apavora! TF parace carregar o espírito do Jungle beat do Gc (ainda tenho para o meu cubo e com o bongo!), aparentemente curto em sua extensão mas magnífico ao mesmo tempo. Em relação aos gráficos (de novo essa discussão?) creio que só frente a frente com a Tv para saber mesmo! Os vídeos hoje em dia enganam muito, se bem que a retro manda muito bem e não se pode reclamar do trabalho deles, nunca se sabe o que eles estão aprontando.

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  3. Devidamente baixado. Bora pro jogo!!!

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