#Zelda30th: Personagens da franquia que marcaram a equipe GameBlast

É imensa a lista de personalidades que já passaram pelas aventuras de Link e Zelda. Qual a sua favorita?


Uma grande lenda não se constrói sem a presença de diversos personagens carismáticos, e a história de Zelda pode se orgulhar por estar repleta deles. Nesses 30 anos da série, propusemos um desafio para a equipe GameBlast com o objetivo de lembrar daqueles habitantes de Hyrule e arredores que nem sempre estão nos holofotes do protagonismo. A ideia é bem simples: escolher alguém que apareça em qualquer um dos jogos da série e falar um pouco sobre ele (a). A única regra da brincadeira é que Link, Zelda e Ganondorf não podem estar nessa lista, afinal, o momento é de fazer os coadjuvantes brilharem.


Vamos, agora, conferir o resultado do desafio e conhecer quais foram os personagens que, de alguma forma, marcaram a equipe GameBlast.

Salvatore (The Wind Waker / Phantom Hourglass) — Vinícius Veloso

O comércio é algo bem comum em toda a franquia Zelda. Nos jogos, existem lojinhas que vendem roupas e poções, mercados que oferecem armas e equipamentos, além de casas de diversões onde é possível participar dos mais variados tipos de minigames. Com tantos lugares para gastar seus rupees, fica difícil decidir qual visitar primeiro, e essa grande concorrência faz com que os homens de negócios desenvolvam táticas para chamar a atenção do público. Entre os mestres de marketing, nenhum se destaca tanto quanto Salvatore, habitante de Windfall Island.

O passatempo oferecido por Salvatore em The Wind Waker não está entre os mais divertidos de toda a série, trata-se de uma brincadeira similar à batalha naval. Porém a forma como ele executa suas vendas é o que mais chama atenção. O comerciante coloca seu rosto dentro de buracos feitos em quadros para interpretar diferentes personagens e colocar o jogador no clima da partida. Por exemplo, para explicar os comandos e objetivos da atividade, ele usa um quadro de capitão pirata e diz que existem polvos gigantes na região que precisam ser destruídos.

Confesso que gastei mais do que deveria nesse minigame só para assistir várias vezes as atuações de Salvatore. E a tática dele deu certo, tanto que conseguiu poupar uma boa quantia de rupees e comprou sua própria ilha em Phantom Hourglass, onde abriu outro tipo de comércio, um jogo de canhões.
Um incompreendido gênio da arte


Existem duas curiosidades interessantes sobre Salvatore, a primeira é que o sonho de infância dele era ser pintor, por isso, a inspiração de seu nome possivelmente veio do famoso artista espanhol Salvador Dalí. Já o segundo detalhe é que o nome do comerciante foi alterado na Itália, em vez de Salvatore, ele é chamado de Arraffaele. A mudança aconteceu porque Salvatore é um nome comum no país em formato de bota e Arraffaele é uma homenagem ao renascentista italiano Rafael.

Carteiro (Majora’s Mask) — Dácio Augusto

Um trabalhador honesto e completamente apaixonado por sua atividade profissional. A pessoa mais determinada de Termina. O homem que não desistiu enquanto a Lua caía e terminou seu trabalho. Essas são só algumas das qualidades do Carteiro encontrado em Majora’s Mask.

O personagem não só tinha uma rotina que, caso você o seguisse, lhe levava a conhecer quase todos os outros habitantes de Clock Town, como também apresentava seus próprios dilemas e manias.

Se você entrasse na residência do Carteiro depois dele terminar as entregas, o esperado é que ele esteja descansando. Mas não, este homem está treinando mentalmente a sua noção temporal e lhe convida para participar dessa atividade edificante. Se conseguir atingir o objetivo junto dele, ele lhe presenteia com nada mais nada menos que um Piece of Heart.
Descanso? Aqui é trabalho, meu filho!


E caso já tenha sido realizada boa parte da famosa “quest das cartas”, é possível presenciar a última entrega que ele faz em Termina. Não só o momento é bonito, como também sua conclusão é épica. O Carteiro entrega o seu chapéu para Link, ficando assim, livre e pronto para escapar daquele mundo que está quase destruído. Essa é uma das melhores cenas do terceiro dia.

O Carteiro é só um dos muitos personagens que definem a magia de Majora’s Mask, mas mesmo assim, tem um arco divertido e é um personagem bem feito.

Epona (Ocarina of Time / Majora's Mask / The Wind Waker / The Minish Cap / Twilight Princess / Oracle of Ages / Oracle of Seasons / Four Swords Adventures) — Gisele Henriques

Todo grande herói precisa de um mascote à altura de sua bravura, melhor ainda se for um animalzinho que reflita sua personalidade e possa ser utilizado em modo cooperativo durante as batalhas. Na série The Legend of Zelda, a presença de Epona, a égua de pelagem marrom com detalhes brancos, agrega mais energia às aventuras. A caminhada de Link pelo reino de Hyrule seria desanimadora e solitária (e com certeza muito cansativa) sem sua montaria, que também lhe confere invencibilidade.

O nome Epona tem inspiração na cultura Celta (a deusa dos cavalos) e a amizade dela com Link foi construída gradualmente na primeira aparição da equina, em Ocarina of Time. É através da música da ocarina que eles desenvolvem o vínculo de fidelidade que a distingue dos demais cavalos selvagens. Inicialmente, ela só pode ser chamada através da Epona´s Song, o que também funciona como sua trilha sonora própria. Ela faz aparições nas aberturas de Oracle of Ages, Oracle of Seasons e The Wind Waker.

Link pode evocá-la com cenouras em Four Swords Adventures e a encontra como um cavalo de carga em The Minish Cap. Possui também participação em Twilight Princess e Majora’s Mask, além de estar presente em Link´s Crossbow Training, Super Smash Bros. Brawl e Hyrule Warriors.

Epona é um animal usado como meio de transporte e ferramenta para as batalhas. Mas seu charme e carisma conferem a Link uma postura mais madura durante a montaria. Sem dúvida, tem uma grande contribuição na construção da lenda de Zelda e gerou lindas ilustrações, action figures e estátuas para colecionadores.
Companheiros de longa data

Zill (The Wind Waker / The Minish Cap) — Jaime Ninice

Pode parecer estranho, mas aquele molequinho que parece estar resfriado e possui uma enorme meleca presa no nariz foi um dos que mais me chamou a atenção, antes mesmo do lançamento do título para GameCube. O inocente residente da Outset Island caminha para lá e para cá, parecendo estar à procura de alguém para brincar. Outra característica do guri é que ele parece saber muito sobre porcos, o que é, no mínimo, engraçado. É preciso tomar muito cuidado para que Zill não fique seguindo o protagonista como se fosse um irmão menor querendo novidades.

Já em The Minish Cap, o curioso garotinho é visto na escola Funday School (sonha em estudar lá), que fica na província de Hyrule Town. Caminhando pela livraria ou na área de lazer, o menininho tem muitos amigos e também está pronto para lhe seguir, caso você mantenha um diálogo atencioso com ele.

Em ambos os casos, Zill é um moleque que vive tentando imitar o seu irmão mais velho, Joel, e costuma falar tudo o que vem à mente de imediato (ainda bem que ele é só uma criança e ninguém fica chateado com ele). Sua famosa frase de apresentação: "So… what are you doin'?" (Ei… o que você está fazendo?).
Alguém me empresta um lenço?

Ezlo (The Minish Cap) — Alberto Canen

Eu sempre gostei de personagens meio rabugentos e divertidos, então esse inteligente chapéu-pássaro-mágico certamente foi o melhor ajudante que eu poderia ter. Sempre que pode, ele está fazendo alguma piada ou comentário sarcástico sobre o nosso herói mudo, o que contrasta muito bem com o jeito de bom moço de Link. Claro, ele também é de grande ajuda na aventura, dando boas instruções, mesmo que reclame boa parte do tempo.


É interessante notar ainda como o relacionamento dele com o herói vai se desenvolvendo durante o jogo. De início, ele apenas achava o personagem principal alguém sem tantos méritos, julgando pela sua aparência — ou você, se não conhecesse o Link, iria botar fé numa criança, vestida de Peter Pan, com uma espada para salvar a todos? —, mas logo vai percebendo que não é bem assim e, após tantas aventuras juntos, os dois criam um verdadeiro laço de amizade.

Como você pode imaginar, Ezlo não é um chapéu qualquer, ele tem toda uma história relacionada com os eventos e vilão do jogo, o que o torna ainda mais interessante, uma vez que ele não é apenas um simples ajudante, e sim um personagem relevante para o enredo e um amigo inesquecível.
Rabugento, mas divertido

Fi (Skyward Sword) — Robson Júnior

Skyward Sword é um jogo singular em vários aspectos — incluindo os personagens. Fi pode ter sido uma ajudante bastante controversa, mas a construção de sua personagem e evolução ao longo da jornada de Link me chamaram bastante a atenção enquanto nos aventurávamos por Skyloft e pela superfície.

É no fato de ser o espírito que habita a Goddess (que evoluiria para Master Sword) que se baseia a personalidade de Fi, que muitos resumiriam como “fria e calculista”. É bem verdade que ela apresenta uma tremenda inteligência e recorre o tempo todo a análises e cálculos quanto à adequação de Link à situação atual. Além disso, Fi costuma passar informações relacionadas a inimigos de acordo com seus padrões de luta e pode localizar de objetos a pessoas.

Entretanto, Fi mostrou ser bem mais que uma enciclopédia. Seu respeito diante de Link (ou, como ela diria, Master) foi uma característica marcante em relação ao seu papel no jogo. O final da jornada, quando Fi revela que a Master Sword teria que ser deixada para trás e que então entraria num sono eterno, foi o momento em que o espírito da espada sagrada finalmente externou o que “sentia”.
Ela sempre esteve por perto e nunca percebemos...
Por não ser humana, Fi não conseguia compreender as emoções em sua totalidade, porém analisava seu sentimento final como uma sensação intensa de felicidade. Antes de finalmente se despedir, ela expressa algo bastante recorrente em sua jornada, mas que nunca pudera demonstrar por si mesma: gratidão. A cena da despedida é muito emocionante — parece até que foi o motivo por trás da expressão facial de Link ter sido retratada de maneira mais compreensível do que em qualquer outro jogo da franquia. Só de pensar que as jornadas de cada Link com a Master Sword podem ter significado na reunião do herói e sua antiga companheira é motivo pra encher os olhos de lágrimas.

Uma verdadeira constelação

O extremo cuidado na criação de personagens com características únicas é um dos ingredientes na receita de sucesso da franquia Zelda. A relação de Link com os diferentes seres que habitam o mundo criado por Din, Farore e Nayru é de grande importância para o crescimento do herói. Em um primeiro momento, os coadjuvantes podem parecer apenas simples NPCs, mas se pararmos para analisar, chegamos à conclusão de que sem eles a lenda de Zelda não teria alcançado seus 30 anos sendo um dos jogos mais importantes da indústria dos videogames.
E para você, caro leitor, qual foi o personagem secundário da franquia que mais o marcou nessas três décadas?
 Revisão: Luigi Santana

É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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