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Análise: Almost There: The Platformer (Switch): um jogo de plataforma que alia simplicidade e desafio

Com desafios surpreendentemente equilibrados, o jogo consegue fazer o jogador sentir que está "quase lá" mesmo quando falha.


Desenvolvido por Bony Yousuf e lançado originalmente para mobile, Almost There: The Platformer é um jogo de plataforma focado em proporcionar uma experiência simples e desafiadora. Ao todo são 155 estágios feitos para testar as habilidades do jogador com seus obstáculos que vão desde espinhos até mísseis teleguiados. Apesar de se vender como um game em que tudo é “feito para te matar”, os desafios são surpreendentemente equilibrados, fazendo com que o jogador realmente acredite estar “quase lá” quando falha.

Desafios equilibrados


O jogo começa com estágios extremamente simples, pensados para acostumar o jogador com os controles e o objetivo comum a todas elas: alcançar o losango branco o mais rápido possível. Ao cumprir a meta, a performance na fase é avaliada em relação ao tempo gasto. Apenas terminar a fase é suficiente para obter uma estrela, mas é necessário ser mais rápido do que os tempos determinados para obter duas ou três estrelas. Esses tempos variam bastante entre as fases, mas são sempre uma questão de poucos segundos.

Dentro da fase, o quadrado jogável tem controles bem específicos também que são importantes de se aprender para enfrentar os desafios. O primeiro deles é o dash automático que acontece quando o jogador se movimenta no chão durante um certo período de tempo sem pular. Com ele, é possível aproveitar o impulso e pular mais longe, alcançando plataformas mais distantes. Outra coisa importante também é o wall jump, que pode ser controlado para pulos com maior ou menor distância, afetando também a altura alcançada, o que pode ser a diferença entre evitar obstáculos verticais e um esbarrão fatal.


Em termos de progressão, é interessante ressaltar que há três mundos (que se diferenciam pela cor do fundo e pelos obstáculos do cenário), cada um com cerca de 50 fases. Após fazer as primeiras 10 fases de cada um, é liberado o próximo mundo. Ao mesmo tempo é necessário apenas tentar passar de um estágio e não necessariamente vencê-lo para acessar o próximo. Com isso, mesmo se o jogador tiver dificuldade em uma parte específica, não é preciso ficar batendo cabeça para avançar, podendo deixá-la para depois.

Outra coisa interessante da disposição das fases é que elas não seguem uma ordem rígida de dificuldade. O jogo intercala entre áreas mais complexas e outras fáceis de passar, mas que exigem certa precisão para obter três estrelas. Além disso, nenhum desafio é absurdo a ponto de parecer impossível, mesmo aqueles em que é natural morrer centenas de vezes até pegar o jeito.

Simplicidade: uma qualidade e um defeito


Almost There tem uma apresentação muito simples, utilizando formas geométricas pouco detalhadas cujo único efeito interessante é a projeção de sombra no ambiente e o movimento da bandana do protagonista no ar, um rastro ondulado que permite visualizar bem a trajetória dele pelo cenário. A música também segue um padrão minimalista e é perceptível a falta de diversidade, já que a trilha aparenta ser composta por uma única BGM repetida pelo jogo inteiro. O fato de não haver uma boa variedade musical poderia ter afetado negativamente o jogo, mas felizmente ela apenas não chama atenção.

Por um lado, essa simplicidade permite valorizar o gameplay, não distraindo o jogador durante a fase. Afinal, é importante ter a capacidade de focar nos controles e no que é necessário ser feito para avançar. Mas, por outro lado, essa ausência de detalhes torna a experiência um tanto genérica. As fases acabam não ficando na memória depois de feitas. Esse é seu principal defeito, e o único que realmente pesa contra o jogo. Outra coisa que estranhei pessoalmente foi o fato do jogo ter menus que parecem adequados para tocar, sendo que o game não utiliza a tela de toque do Switch. Obviamente isso é apenas um detalhe de pouca relevância.


Com seu funcionamento simples e os desafios na medida certa, Almost There: The Platformer é um jogo que consegue entreter facilmente. Ele é especialmente indicado para pessoas que gostam de testar suas habilidades e sua agilidade em completar fases de plataforma, mas mesmo jogadores mais casuais podem se divertir com o título.

Prós

  • Fases simples e desafiantes (especialmente para jogadores que querem obter todas as estrelas);
  • Abertura de fases baseada em tentar a anterior impede que o jogador fique impossibilitado de fazer novos desafios por ter agarrado em um deles;
  • Movimentação permite manobras interessantes;
  • Consegue equilibrar o progresso entre fases intercalando fases mais complexas com áreas fáceis de completar (cuja dificuldade está mais em obter três estrelas);
  • Especialmente indicado para jogadores que gostam de se desafiar com speedrun.

Contras

  • Nem os visuais nem a trilha sonora chamam atenção; 
  • Não permite utilizar a tela de toque do Switch no modo portátil.
Almost There: The Platformer - Switch/iOS/PC/PS4/XBO - Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: André Carvalho
Análise produzida com cópia digital cedida pela Quantum Astrophysicists Guild

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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