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Análise: Castle Pals (Switch) cumpre o seu papel de entreter qualquer tipo de jogador

Às vezes, o mais do mesmo pode ser bem-vindo se for bem executado.

Devido ao conforto de sua portabilidade, que possibilita ao jogador aproveitar títulos modernos em qualquer lugar, o Nintendo Switch é uma ótima plataforma para jogos indies. Desde que chegou ao mercado, o console híbrido foi o palco principal de grandes tÍtulos. Entretanto, é preciso separar o joio do trigo sempre que necessário, porque nem todos os indies possuem a mesma qualidade e alguns são realmente dignos de aparecer na coluna Blast from the Trash.




Felizmente, não é o caso de Castle Pals. Embora seja um game despretensioso (isso não é ruim), o título da Ratalaika Games consegue cumprir a sua missão de entreter uma boa variedade de públicos. A desenvolvedora fez o seu dever de casa e soube usar vários elementos que já existem no mercado para conseguir criar uma obra carismática e divertida.

A história simples, que na verdade é apenas um pretexto para deixar as coisas mais interessantes, é sobre dois protagonistas: Kylee e Owen, que arbitrariamente decidem explorar um perigoso castelo. A jogabilidade é no estilo plataforma e cada um dos personagens possui suas próprias mecânicas. Apesar de haver dois protagonistas, existe apenas uma campanha, que é intercalada entre os dois.

Dois personagens, dois gameplays

Kylee é do tipo lutadora e as fases com ela são mais tradicionais do gênero, envolvendo pular sobre plataformas e derrotar os inimigos. Além disso, ela possui quatro tipos de golpe: soco normal, soco giratório (correndo), chute no ar (pulando) e esmagar os adversários caindo em cima deles.

Owen é o amigo de Kylee e os estágios com ele são totalmente diferentes, mais focados na exploração. O garoto possui um boné helicóptero, permitindo que ele voe para qualquer direção. Entretanto, seus ataques são limitados e ele só consegue derrotar os inimigos pulando sobre eles. Definitivamente a possibilidade de controlar dois personagens com jogabilidades distintas é um ponto forte do game.


O estilo de arte retrô não é a coisa mais impressionante do mundo comparado ao que já existe atualmente na plataforma da Nintendo, mas ainda assim é muito bonito e agradável aos olhos. Todos os sprites são bem coloridos, grandes e carismáticos. A trilha sonora também cumpre o seu papel, fazendo referência à era 16-bits com algumas músicas que lembram um pouco os jogos da franquia Mega Man.

Existem três atos no jogo, que são uma maneira de segmentar a dificuldade. Cada ato possui 12 níveis, dando um total de 36. Se você conseguir encontrar todas as três jóias espalhadas em algum lugar entre essas fases regulares, desbloqueará 20 níveis secretos, fechando em 56 estágios ao todo.

Cada nível fica bloqueado até você completar o anterior, obrigando o jogador a tentar várias vezes até conseguir passar da fase em que se encontra, e a dificuldade delas aumenta à medida que a gameplay avança.


Level design genérico 

Os estágios são bastante curtos e as repetições no level design permitem que você aprenda facilmente os padrões do jogo. Vai ser bem comum morrer várias vezes e isso nem vai fazer tanta diferença, já que a morte leva a um reaparecimento rápido para o início do caminho, ou para o meio se você o alcançou o checkpoint. Isso cria uma experiência rápida e viciante, que inspira no jogador o desejo por mais uma rodada.

Além disso, cada nível possui uma meta de tempo para ser completado e assim conquistar uma medalha de ouro, o que aumenta o fator replay e o desafio. Apesar de ser um jogo de baixo custo, acho que faltaram alguns recursos básicos que podem ser incluídos em uma possível continuação; um contador de mortes e um modo multiplayer seriam muito bem-vindos.


O level design como um todo não se destaca em nenhum ponto, e várias fases parecem ter sido criadas por um jogador qualquer de Super Mario Maker – e não é exagero. Os estágios são pouco criativos e muito básicos, principalmente os primeiros. A dificuldade real só aparece em alguns dos níveis secretos, que exigem uma precisão maior para serem completados. No geral, todas as fases são bem esquecíveis.

É preciso dizer também que algumas hitboxes são problemáticas, tanto as dos obstáculos quanto as de alguns chutes da Kylee. Não foram poucas as vezes que eu tive que repetir uma fase inteira porque o meu personagem encostou sem querer na hitbox invisível de alguma armadilha.

Castle Pals não é um must play na biblioteca do Nintendo Switch, mas é um game que vale a pena pegar caso você já esteja interessado. Em outras palavras, se você o viu na eShop, mas ficou com medo de comprar e se arrepender, eu digo que não será um desperdício de dinheiro, porque ele consegue entregar o que promete.


Prós

  • Estética retrô bonita e bem feita;
  • Trilha sonora agradável;
  • Jogabilidade divertida.

Contras

  • Possui apenas um modo de jogo;
  • Level design genérico;
  • Hitboxes problemáticas.
Castle Pals — Switch/PS4/XONE/Android/iOS — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Em constante mudança, escrevo sobre o que gosto e às vezes sobre o que não gosto também.
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