Análise: Super Bomberman R 2 (Switch) é uma agradável celebração aos 40 anos da franquia

Super Bomberman R 2, o mais recente lançamento da adorada franquia que completou 40 anos em 2023, mantém as características de sucesso do seu antecessor, ao mesmo tempo que introduz algumas inovações, embora não tão impactantes quanto alguns esperavam. Para alguns jogadores, a falta de mudanças significativas pode ser decepcionante, porém, esta nova adição à série continua brilhando no modo multijogador, proporcionando um alto nível de diversão e entretenimento.

Campanha e Castelo são modos que deixam a desejar

Uma peculiaridade notável em Super Bomberman R 2 é a sugestão logo no início de que o modo História é a melhor forma de aprender sobre as mecânicas do jogo, especialmente o recém-chegado modo Castelo. Embora a campanha seja eficaz em apresentar os sistemas básicos do game, seus méritos terminam aí. Infelizmente, a jogabilidade desse modo é excessivamente monótona e pouco envolvente.

Na trama, acompanhamos os oito irmãos Bomberman enfrentando um grupo que viaja pelo espaço por meio da Lua Negra, uma espécie de planeta/satélite/nave (?) semelhante à Estrela da Morte, de Star Wars, para atacar planetas. Cada um dos protagonistas possui uma personalidade distinta, o que é interessante de se acompanhar, especialmente porque o jogo está totalmente legendado em português. No entanto, a história é simples e um tanto boba, tornando-se desafiador manter o interesse por muito tempo.

Nesta aventura, exploramos diferentes planetas enquanto desfrutamos da jogabilidade clássica da série. Contudo, o design do mapa segue a estrutura de um mundo semiaberto interconectado por áreas menores. Além de inimigos e blocos a serem destruídos, encontramos criaturas chamadas Ellons nesses planetas. Esses seres seguem o jogador e são usados para desbloquear novas regiões e pontos de teletransporte.

À medida que as paredes são destruídas, recebemos pontos de experiência que desbloqueiam os tradicionais poderes e melhorias, como aumento de força, maior quantidade de bombas ou a capacidade de socar ou chutar os explosivos. Infelizmente, todo esse modo parece não ter sido bem planejado, criando a sensação de que estamos apenas jogando as batalhas clássicas em um ambiente maior, mas sem adversários controlados por humanos ou CPU tentando nos vencer.

Toda a campanha consiste em percorrer áreas semelhantes e pouco inspiradas, destruindo blocos e vencendo inimigos sem qualquer inteligência de forma repetitiva em busca de Ellons para desbloquear portas trancadas e prosseguir para mais regiões iguais. Esse ciclo tedioso é interrompido em alguns momentos pelo modo Castelo, uma novidade em Super Bomberman R 2. Nele, os jogadores usam recursos como paredes e armadilhas para configurar sua base e proteger baús de tesouros dos adversários.

Em muitos jogos de tower defense, montamos nossas estruturas e defesas e assistimos à ação acontecer, interferindo apenas com habilidades e recursos especiais ou adicionando periodicamente mais camadas de proteção. No entanto, neste novo Bomberman, apesar de configurarmos nossa defesa, ainda precisamos controlar o personagem. É como se tivéssemos personalizado a fase para dificultar o avanço do adversário pelo cenário, mas com o restante da jogabilidade permanecendo inalterado.

Além disso, a construção da base, apesar de apresentar opções interessantes, é complicada e confusa, com comandos estranhos e pouco intuitivos. Infelizmente, toda a estrutura do modo Castelo parece desconexa em relação ao núcleo central do jogo, sendo, juntamente com o modo História, os aspectos mais fracos do game.

Multijogador explosivo

Se Super Bomberman R 2 deixa a desejar na campanha e no modo Castelo, o que o torna especial? A resposta é simples: o multiplayer. Bomberman sempre se destacou como uma incrível opção para jogar com amigos, e isso não é diferente com este novo título. Seja jogando online ou localmente, ele oferece situações muito divertidas para batalhar e competir com outras pessoas.

Na minha opinião, o grande destaque mais uma vez é o Batalha 64, que foi introduzido já no jogo anterior. Para quem não conhece, trata-se de um battle royale em que 64 pessoas se desafiam até que reste apenas uma. Esse modo apresenta 16 telas, com quatro jogadores em cada uma delas. Quando o tempo se esgota, o número de áreas começa a diminuir até que reste apenas uma. A jogabilidade é a mesma dos jogos clássicos, com poderes adquiridos por meio de blocos destruídos e montarias que ajudam a se locomover mais rápido e concedem uma sobrevida aos embates.

O interessante é que, à medida que as áreas diminuem, os jogadores podem vagar entre elas e escolher onde se posicionar antes do próximo ciclo iniciar. Isso permite que uma nova rodada comece com muitas pessoas em uma mesma área, gerando uma confusão incrivelmente divertida. Outro modo que pode ser jogado no multiplayer é o já mencionado Castelo; desta vez, enquanto um jogador deve proteger os baús, outros 15 devem roubá-los.

Por fim, temos o Grand Prix, em que dois times batalham para marcar mais pontos. Este modo se divide em duas categorias: o Bomber Básico, que é uma disputa de qual grupo derrota mais vezes os integrantes do outro; e o Cristais, em que pequenas joias surgem pelo cenário, vencendo o time que coleta a maioria delas.

O que pode ser um pouco incômodo é que esses modos mudam periodicamente na categoria online mais acessível, o Duelo por Grau. Por exemplo, o modo Castelo pode ser aberto das 16h às 17h, sendo alterado pelo Grand Prix das 17h às 18h, seguindo o fuso horário selecionado pelo jogador. Essa situação pode limitar um pouco quem tem preferência por um modo específico, como foi o meu caso. Muitas vezes, eu saía do jogo por não ser o Batalha 64 que estava ocorrendo no momento.

Super Bomberman R 2 também possui uma categoria denominada Sala de Combate, na qual as regras e modos podem ser escolhidos livremente. Contudo, esses confrontos são limitados a conhecidos, já que precisamos do número da sala para entrar na partida. Também é possível jogar localmente com mais três pessoas.

Outra característica notável do multiplayer online é o fato de Bomberman R 2 ser crossplay, o que significa que jogadores de diferentes plataformas podem se encontrar nos campos de batalha. Além disso, merece destaque o desempenho dos servidores, sem travamentos ou atrasos, com o ponto positivo de sempre haver jogadores disponíveis; o pareamento para partidas também aconteceu rapidamente, pelo menos até o momento em que esta análise foi escrita.

Personalização infindável

Vencer as partidas ou terminar entre os primeiros colocados recompensa o jogador com moedas que podem ser usadas para adquirir diversos recursos de personalização. Em relação a isso, todos os itens do jogo podem ser comprados dessa forma, sem qualquer transação envolvendo dinheiro real.

A quantidade de opções é vasta, incluindo roupas, gestos, acessórios, skins das bombas e personagens. Entre os heróis disponíveis, há a presença de indivíduos de outras produções da Konami, como Metal Gear, Silent Hill e Castlevania.

Vale mencionar que, embora alguns desses heróis possuam habilidades especiais, eles também têm limitações quanto aos poderes que podem ser coletados durante as fases, tornando as partidas justas até mesmo para iniciantes que ainda não tiveram tempo de adquirir novas opções. Além disso, em Batalha por Grau, os adversários são selecionados por possuírem níveis semelhantes aos nossos.

A combinação de um modo multijogador funcional e uma loja interna cheia de opções é extremamente positiva e faz com que Super Bomberman R 2 seja muito viciante. O título não apenas é muito divertido em seu modo online, como também recompensa o nosso tempo gasto com os recursos necessários para personalizar os nossos personagens.

Uma celebração adequada das quatro décadas de explosões

Os diversos modos de batalha multiplayer para aproveitar e a infinidade de opções de personalização, obtidas por meio das moedas do próprio jogo, fazem de Super Bomberman R 2 uma excelente escolha para se passar horas e mais horas competindo com amigos e desconhecidos e desbloqueando as opções da loja.

É verdade que, apesar das adições, a campanha continua monótona e tediosa como no primeiro jogo e o modo Castelo fica aquém dos outros tipos de confrontos; no entanto, para aqueles que também não apreciarem esses modos, eles podem ser facilmente ignorados sem qualquer prejuízo.

Prós:

Experiência multiplayer divertida, seja localmente ou online, com diversos modos de batalha, especialmente o emocionante Batalha 64;
Ampla gama de opções de personalização que não dependem de transações envolvendo dinheiro real, tornando a aquisição dos recursos acessível a todos os jogadores;
A capacidade de jogar com jogadores de diferentes plataformas aumenta a acessibilidade e a disponibilidade de partidas online;
Legendado em português.

Contras:

A campanha e o Castelo não possuem a mesma qualidade dos demais modos e deixam muito a desejar;
A mudança periódica de modos de jogo na categoria online pode ser frustrante para os jogadores que têm preferências específicas.