Desde sua primeira aparição no Nintendo Wii, os simpáticos Miis serviram como avatares dos jogadores nos mais diversos títulos das franquias da Nintendo. No Wii, eles estrelaram seus próprios jogos, como Wii Party e Wii Music; no 3DS e no Wii U, expandiram a interação entre jogadores através de experiências como o StreetPass Mii Plaza e o Miiverse. Essa onda de aparições só diminuiu com o lançamento do Nintendo Switch, quando os Miis acabaram perdendo cada vez mais espaço (mas ainda moram nos nossos corações – e nas imagens de perfil de vários usuários do Switch por aí).
Ainda assim, os Miis nunca sumiram de vez do radar da Big N: o Switch recebeu em 2021 um remaster do icônico Miitopia (lançado originalmente no 3DS), e em 2026 teremos o lançamento de Tomodachi Life: Living the Dream (sequência de Tomodachi Life, também lançado no 3DS). Dito isso, ainda nos tempos do polêmico Wii U, os simpáticos avatares personalizáveis ganharam uma aventura única, que misturou diversas franquias da Nintendo em um grande parque de diversões: Nintendo Land, lançado em 2012.
Tudo junto e mi(i)sturado
Assim como no aclamado Wii Sports, os Miis mostraram que não estavam para brincadeira no Wii U: Nintendo Land foi um dos títulos de lançamento do console, figurando ao lado de New Super Mario Bros. U. A proposta do jogo não poderia ser mais interessante: explorar as funcionalidades do GamePad (novo controle com tela touch do Wii U) através de 12 atrações estabelecidas em um enorme parque de diversões totalmente voltado para as diversas franquias da Nintendo.
Guiados pela prestativa robô Monita, os jogadores podiam selecionar atrações baseadas em séries icônicas como Metroid, The Legend of Zelda, Super Mario, Pikmin e Animal Crossing, além de outras um tanto menos conhecidas, como Balloon Fight, The Mysterious Murasame Castle e F-Zero. Cada atração trazia uma aventura própria, onde os Miis se vestiam a caráter para explorar os universos de cada franquia. Os cenários traziam uma estética mais teatral, com fantasias costuradas, painéis de tecido ou papelão; os Miis em si apresentavam uma textura de madeira e plástico, parecida com a de bonecos articulados.
As atrações se dividem em três tipos: atrações em equipe, que podem ser jogadas no modo single-player ou com até cinco jogadores (sendo elas The Legend of Zelda: Battle Quest, Pikmin Adventure e Metroid Blast); atrações competitivas com foco no multiplayer, que podem ser jogadas em dois a cinco jogadores (no qual estão Mario Chase, Luigi's Ghost Mansion e Animal Crossing: Sweet Day); e atrações solo, a serem exploradas somente no modo single-player (são seis no total: Yoshi's Fruit Cart, Octopus Dance, Donkey Kong's Crash Course, Takamaru's Ninja Castle, Captain Falcon's Twister Race e Balloon Trip Breeze).
Explorando o potencial do Wii U com os Miis
Como comentei, as atrações tinham como foco explorar as funcionalidades do GamePad, além de exibir as novas capacidades gráficas do Wii U. Nesse sentido, praticamente todos os jogos exigem o uso do tijolão, geralmente por um jogador que terá uma função diferente dos demais, que devem utilizar os Wii Remotes na jogatina.
Em The Legend of Zelda: Battle Quest, por exemplo, o jogador com o GamePad assume o papel de arqueiro, atirando nos inimigos espalhados pelo cenário enquanto movimenta o controle com tela para mirar. Enquanto isso, os outros jogadores ocupam a função de espadachins, avançando à frente por meio do combate corpo a corpo.
Já no divertido Mario Chase, os participantes são colocados em um labirinto: o jogador com o GamePad assume o papel do encanador bigodudo, e deve fugir dos oponentes fantasiados de Toads. A vantagem de quem está em minoria é que a tela do tijolão mostra a localização dos ourtos participantes; o jogo termina quando o Mii vestido de Mario for capturado ou quando o tempo se esgotar.
E para dar um exemplo das atrações solo, temos Donkey Kong's Crash Course, no qual o jogador controla um carrinho que deve percorrer diversas plataformas em fases inspiradas pelo jogo de arcade original do gorilão. O carrinho é movimentado conforme o jogador inclina o GamePad, além de usar os botões R e L para movimentar plataformas específicas no caminho.
Esses são alguns exemplos de como Nintendo Land uniu o útil ao agradável: exploramos mundos baseados em séries da Big N e nos familiarizamos com as funcionalidades do controle do Wii U, tudo isso na pele dos Miis fantasiados para cada ocasião. O resultado é uma experiência não tão longa ou profunda, mas que cumpre seu propósito com maestria e muita personalidade.
Miis aos montes e diversão garantida
Há ainda o hub principal do jogo, formado por uma grande praça circular com os portões de acesso para cada atração. No centro dela, se encontra a torre principal, onde podemos explorar um minijogo simples (no estilo das máquinas japonesas pachinko) usando moedas coletadas nas diversas atrações. As recompensas ficam dentro de Blocos ?, que ficam espalhados pela praça e devem ser abertos pelo jogador.
Ao serem abertos, os blocos liberam itens decorativos baseados nas localidades de cada uma das atrações: aos poucos, a praça vai ficando repleta de referências às franquias da Big N. Outros Miis registrados no console também aparecem pela praça, passeando por aí e contribuindo para atmosfera de diversão proposta por Nintendo Land.
O futuro é um mi(i)stério
A Nintendo não tem se apoiado tanto no uso dos Miis ultimamente, optando por outras opções de avatares em seus lançamentos menores. O caso mais marcante pode ser visto no sucessor espiritual de Wii Sports, Nintendo Switch Sports: os Miis até podem ser selecionados, mas o verdadeiro destaque são os Sportsmates, que também são avatares personalizáveis e estampam a capa do título. Já títulos mais recentes como Nintendo Switch 2 Welcome Tour e Drag x Drive usam personagens mais genéricos para apresentar as diversas funcionalidades do Nintendo Switch 2.
Isso não significa que os Miis vão cair no esquecimento — afinal, teremos o lançamento de Tomodachi Life: Living the Dream no ano que vem, ainda encontramos os simpáticos avatares nas contas da Nintendo e eles ainda figuram em diversos materiais de divulgação da empresa. Mais recentemente, os Miis até passaram a estampar os ingressos dos visitantes no Nintendo Museum, inaugurado em 2024 no Japão. Por outro lado, ficaram de fora do elenco de Mario Kart World...
Mesmo se tratando de um dos poucos títulos do Wii U ainda não relançados no Switch, acho difícil dizer se teremos um port de Nintendo Land para o console híbrido ou para o seu sucessor. Afinal, boa parte do objetivo (e diria que até mesmo do charme) do título era o uso de duas telas simultâneas — o que certamente seria o maior desafio para um relançamento. Mas, se isso acontecesse, seria incrível poder revisitar o parque de diversões populado pelos Miis... ou quem sabe, ao invés disso, podemos desejar um Nintendo Land 2, com novas atrações e funcionalidades? Ficamos de dedos cruzados por aqui.
E você, leitor? Já jogou Nintendo Land no Wii U? Qual a sua opinião sobre os Miis? Conte para a gente nos comentários.
Revisão: Beatriz Castro






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