Dezembro é aquela época que não só os gamers, mas a indústria toda dá uma pausa nas novidades. Os principais lançamentos do ano já foram, e agora é hora de correr atrás daquele seu backlog lotado ou aumentá-lo ainda mais com as ofertas de fim de ano.
Para donos de Nintendo Switch, 2025 mostrou que ainda temos muitos jogos bons sendo lançados para o console que já está à beira de chegar no seu 9º aniversário. Afinal, não só a Nintendo como as outras desenvolvedoras também não iriam deixar para trás os mais de 150 milhões de usuários de Switch enquanto seu sucessor mal chegou no mercado, não é? Portanto, resolvi trazer aqui alguns dos meus jogos favoritos que vão além dos principais lançamentos da Big N esse ano.
Everdeep Aurora
Um jogo que mal precisou de cinco minutos e eu já estava adorando. Everdeep Aurora é um metroidvania vertical focado somente em exploração, zero combate. E para pegar bem na nostalgia, o jogo possui gráficos ao melhor estilo Game Boy Color, com cada cenário mudando de cores conforme a protagonista avança, como em Pokémon Yellow, por exemplo. Porém, o estúdio ainda aproveita tecnologias atuais para dar mais animação e carisma aos personagens.
Foi fácil me apegar a aventura da Shell em busca de sua mãe nas profundezas de Everdeep. Uma aventura tranquila, mas que traz reviravoltas interessantes no final.
Shinobi: Art of Vengeance
Desde a aparição de Joe Musashi em um trailer da SEGA no The Game Awards em 2023, eu estava com expectativas altas para o retorno de Shinobi. Com a confirmação para 2025, corri para revisitar os jogos originais de Mega Drive pelo SEGA Genesis Classics do Switch (que infelizmente não está mais disponível na e-Shop) para me preparar. E que experiência!
Shinobi: Art of Vengeance é o jogo de ação 2D que se espera da saga, especialmente para os fãs da trilogia original do Mega. Diferente do que se costuma fazer com franquias que estão há um tempo sem novidades, o novo Shinobi continua a história do protagonista.
Ver o Musashi mais velho, líder do clã Oboro e mestre de uma nova geração, mas sem cair no outro clichê que seria deixá-lo fragilizado pelo tempo ou como co-protagonista da história, foi ótimo. E o jogo soube trazer essa sensação de jogar com um mestre ninja imparável. As sequências de ação e plataforma do jogo fazem jus ao legado do personagem e trazem ótimas referências desde Shadow Dancer passando por uma nova versão de uma das fases de Shinobi III: Return of the Ninja Master.
E pensar que ainda tivemos Assassin’s Creed Shadows e dois títulos de Ninja Gaiden, 2025 foi realmente o ano do ninja.
Sonic Racing: CrossWorlds
Falando em grandes retornos, outro jogo da SEGA que estava na minha lista era Sonic Racing: CrossWorlds. Não seria muito difícil esse jogo ser melhor do que Team Sonic Racing, mas ainda assim, 2025 também foi ano de Mario Kart World, então o ouriço não podia fazer feio.
E esse já é tranquilamente o meu título favorito da série Sonic Racing. A mecânica de CrossWorlds é exemplar, do tipo que vou sentir falta quando jogar outros jogos “kart”. Para aqueles que estiverem curiosos, eu cheguei a fazer uma comparação dos conteúdos entre a versão de Switch 1 desse Sonic Racing contra Mario Kart 8 Deluxe na minha análise do jogo. Comparando ambos com suas edições base, a disputa ficou bem equilibrada.
Ainda tenho minhas dúvidas sobre a participação de franquias fora dos universos da SEGA, como Bob Esponja e Minecraft, em vez de utilizarem as próprias IPs: Jet Set Radio, Billy Hatcher, Crazy Taxi, Golden Axe e outros. No entanto, algumas caras conhecidas como Joker e Ichiban Kasuga estão ali para representar a nova geração de personagens da empresa. Quem sabe os clássicos ainda não dão as caras no futuro?
O ano de 2026 vai contar com novos personagens gratuitos e participações especiais como Mega Man e Pac-Man. Então, esse é um jogo que vai continuar sempre instalado no meu Switch.
Absolum
Absolum cinema! Enquanto boa parte desse texto foi pensado na nostalgia, gostaria de dedicar esse momento para dar destaque a um título que chegou completamente de surpresa para mim e já virou referência para o futuro.
Acredito que beat ‘em ups atuais têm muito o que aprender com Absolum, que trouxe a mistura do gênero com mecânicas roguelite de uma forma que mesmo após 10, 20 ou 30 horas, você não cansa de fazer novas runs, desbloquear caminhos e fazer combos.
Não acho que necessariamente todos os jogos precisam ser roguelites, até porque o mercado já tá meio saturado. Mas, a maneira como Absolum usa bem a criação de novas rotas, randomizando inimigos, marcando quests, dando opções diferentes de chefes e habilidades especiais para os protagonistas, faz com que o jogo não canse rápido e nem seja aquele clássico beat ‘em up que você zera em uma ou duas horas e depois não joga mais.
Hollow Knight: Silksong
E para fechar o ano do ninja, não tem como não mencionar Hollow Knight: Silksong, porque nada me tira da cabeça que a Hornet é, sim, uma ninja. Ela é rápida, anda pelas paredes (diferente do Knight, que só consegue se apoiar), atira kunais, cria armadilhas, todos os sinais estão aí.
Deixando o tópico dos ninjas de lado, é incrível ver como Silksong eleva a experiência de Hollow Knight em basicamente todos os aspectos. Aquela jogabilidade de exploração metroidvania especialmente inspirada pelos jogos da série Castlevania de Nintendo DS está em seu ápice em Silksong.
Fiarlongo é uma região mais complexa, com muito mais segredos, chefes e atividades, sem contar que a Hornet tem mais recursos e participação na história. Como a personagem fala, os diálogos deixam mais claro o que está acontecendo e destacam mais a personalidade dela. Foi ótimo descobrir que a Team Cherry conseguiu cumprir com as expectativas criadas para o jogo.
Que o próximo ano tenha mais surpresas
Esse ano foi marcado pelo inesperado. Jogos que mesmo os mais atentos aos lançamentos do ano não imaginavam que iriam se destacar tanto, ou quebrar todas as lojas de console e PC no mesmo dia.
No próximo ano, espero que as novidades continuem e que tenhamos ótimos lançamentos que estavam fora do radar. Se eu tivesse que escolher, diria que Pragmata é o jogo que estou mais interessado entre os lançamentos de 2026, por ser o título inédito que mais me chamou atenção.
Porém, ele pode esperar. Ainda tem muita coisa no meu backlog que preciso jogar e eu nem consegui ver tudo o que 2025 pôde oferecer. Não há dúvida de que os fãs da Nintendo continuarão bem servidos de jogos incríveis no catálogo do Switch e Switch 2.
Revisão: Johnnie Brian





