Os jogos preferidos de Super Nintendo — Thiago Caires

Os redatores do Nintendo Blast celebram o Super Nintendo e seus jogos.

Ah, o Super Nintendo! Para quem viveu os anos 1990, ouvir este nome traz grandes memórias, e eu não sou exceção. Em agosto o console 16-bits da Nintendo completou seus 25 anos (mas com corpinho de 20) e ganha uma muito merecida série de posts dos redatores do Nintendo Blast, nos quais apresentamos para vocês, leitores, alguns dos nossos jogos favoritos da plataforma, acompanhadas de boas histórias com cada um deles.



Já adianto que esta pequena caixinha cinza e roxa é o meu console favorito de todos os tempos, e por isso está recheada de jogos que fizeram parte da minha infância. E como muitos sabem, comprar jogos naquela época era um evento verdadeiramente raro graças ao elevado preço — não que agora seja mais barato, mas como dependíamos de nossos pais, parecia ser muito mais — e boa parte do que joguei vinha direto de locadoras ou de amigos.

Por isso, muitos jogos considerados por todos como clássicos, como The Legend of Zelda: A Link to the Past e Chrono Trigger ficarão fora da minha lista — sério, já tentaram jogar RPG alugado de locadora? Era muita frustração para o Thiaguinho de oito anos de idade saber lidar. Então segurem a emoção e venham conferir as fitas que eu assoprava e colocava no console há muitos anos!

Top Gear

Se  houve um jogo que estava constantemente dentro do videogame, desde que meu irmão o ganhou de presente em 1996 até o dia que ele foi dado aos meus primos em 2001, foi Top Gear. Eita joguinho querido! Foram incontáveis horas de diversão em corridas por pistas de todo o mundo, dos Estados Unidos ao Rio de Janeiro. E o mais legal para mim é que este era um dos únicos jogos que meu pai se atrevia a colocar as mãos para jogar.

Desde a jogabilidade até a trilha sonora (só de pensar na música tema já abro aquele sorriso) este título da Kemco, que fez parte da linha inicial de jogos da plataforma, surpreende. Mas surpresa mesmo foi descobrir que este game, que nos meus olhos e nos de muitos era um clássico absoluto do SNES, não foi o mesmo fenômeno no resto do mundo. O sucesso foi só no Brasil. Um verdadeiro pecado!

Ultimate Mortal Kombat 3

Olha, preciso confessar algo para vocês: eu sou muito ruim em qualquer jogo de Mortal Kombat. Porém, como este era um dos jogos que meu irmão mais alugava na locadora perto de casa, eu o joguei à exaustão. Por causa disso disso, ele tem um espaço especial na minha memória. Lembro que na época algo que me impressionava bastante nele era como os personagens pareciam de verdade — mal sabia eu que eram gente mesmo.


O sistema de combos do jogo da Midway também era bem bacana, e era bem diferente para quem estava acostumado a soltar hadoukens e tiger robocops (eu sei que você também chamava assim) de Street Fighter II Turbo. E o que falar sobre os Fatality, Animality e Babality? Foi preciso fazer incontáveis ligações para o Nintendo Power Line para pegar cada um deles. Meus favoritos sempre foram os Friendship — aquela dancinha continua impagável.

Goof Troop

Presente também na lista do Vinícius, Goof Troop continua na minha lista de jogos mais divertidos de Super Nintendo. Não era muito fácil conseguir jogos diferentes em meu círculo de amizade na época, então quando esta pérola da Capcom chegou às minhas mãos foi dia de festa em casa! Mas não é só por ser novidade, pois este é um daqueles jogos da época de ouro da Capcom, que fez vários jogos com propriedades intelectuais da Disney.

Era muito divertido descobrir como conseguir chegar a diamantes e frutas, assim como solucionar puzzles e lutar com os inimigos junto de um amigo ou do meu irmão. Como o desenho de Pateta e Max passava na TV quando consegui jogar, minha cabeça explodiu de tanta felicidade. E pensar que isso era algo tão comum para as crianças de fora.

Super Mario All-Stars

A versão do Super Nintendo que tínhamos em casa era a que vinha acompanhada de duas fitas do bigodudo mais famoso da Nintendo: Super Mario World e Super Mario All-Stars. Ainda que eu tenha jogado muito o título feito especialmente para o console, a maior parte do tempo eu gastava mesmo era com a coleção de remakes dos jogos de NES.

De todos esses eu ainda tinha um favorito, e talvez não seja aquele que você deve estar pensando: foi Super Mario Bros. 2 que me encantou desde a primeira vez que eu vi meu irmão jogando. Tudo no jogo chama a atenção, seja a música (o tema das cavernas era especialmente misterioso e não escondia as raízes do jogo como Doki Doki Panic!) ou a direção artística interessante, e até hoje ele se destaca em meio aos jogos da série. Só digo mais uma coisa: fuja da máscara sinistra!

Killer Instinct

Mais um jogo que tive o prazer de conhecer graças à locadora do bairro. Lembro muito bem da vez em que fui até lá para ver se Mortal Kombat ou Street Fighter estava disponível e encontrei no lugar deles Killer Instinct. Como era de praxe alugar um jogo todo fim de semana, e os dois que procurava já estavam alugados, decidi confiar na dica do balconista e dar uma chance e levar para casa o cartuchinho preto.

Que Deus abençoe quem alugou os outros jogos, porque foi paixão à primeira jogada! Tudo em Killer Instinct grita “fantástico”. Feito pela Rare, o jogo traz toda a tecnologia gráfica de Donkey Kong Country, só que bem mais sinistra. Se Mortal Kombat já tinha combos bacanas, este game aqui (que é claramente inspirado por ele) supera a inspiração. Nada como fazer aquele combo maroto no final da luta só para ouvir aquele belo “Ultra, ultra, ultra, ultra…” seguido por um recompensador “SUPREME VICTORY!”. Épico.

X-Men: Mutant Apocalypse

Na hora de elaborar esta lista tomei muito cuidado para não lotá-la com jogos desenvolvidos pela Capcom. Mas também, se teve uma era em que a empresa japonesa brilhou, foi no Super Nintendo, e nada melhor do que dar a ela a tarefa de produzir jogos com um dos grupos mais populares da Marvel na década, os X-Men. Além dos jogos de luta para fliperamas, o mundo foi agraciado por X-Men: Mutant Apocalypse.

Neste Beat ‘em Up, temos que assumir o controle de Wolverine, Cyclops, Psylocke, Beast e Gambit na luta contra as forças de Apocalypse, que escraviza mutantes na ilha de Genosha (não, eu não sabia de nada disso em meados de 1997). O jogo é uma mistura de vários jogos produzidos pela casa, com o estilo de jogo aos moldes de Final Fight, misturado com uma progressão, trilha sonora e cenários muito parecidos com os de Mega Man X.

Donkey Kong Country

O gorila simpático ganhou seu primeiro jogo no console de mesa da Nintendo em 1994, e com ele chegou a tecnologia que impactaria outros títulos da empresa. Isso era uma das coisas mais bacanas da Rare, e chamava a atenção mesmo quando você via um amigo jogar. Logo, eu queria a minha cópia também. Infelizmente ela nunca veio, mas isso não me impediu de pegar a fita emprestada com amigos ou ainda alugá-la.


Entre os dois personagens disponíveis para jogar, Diddy Kong era meu favorito, pois sempre gostei de sua velocidade e leveza. Tem muita coisa bacana para falar de Donkey Kong Country além dos gráficos. As fases eram divertidas de explorar, assim como os minigames ; e a música então, nem se fala! O único defeito, na minha opinião, é a falta de um modo multiplayer. Mas isso é um detalhe e não apaga nem um pouco do brilho deste clássico.

Yu Yu Hakusho Final

Algo muito bom de nascer e viver nos anos 1990 foi ter visto a invasão dos animes no Brasil, que eram exibidos principalmente pela antiga TV Manchete. Um dos mais bacana era Yu Yu Hakusho (quem aí não se lembra da dublagem épica?), e é claro que as aventuras do desenho chegariam ao Super Nintendo. Lembro muito bem do dia em que fui com meu pai comprar uma fita nova para o console e vi nada mais, nada menos do que Yu Yu Hakusho Final numa banquinha no centro de São Paulo.

O jogo traz as batalhas da última fase do desenho, da luta contra Sensui até a viagem ao mundo dos demônios e a batalha contra Yomi no torneio das trevas. Para a época em que foi lançado, o game era muito bacana e era provavelmente o melhor entre os títulos baseados em animes feitos pela Namcot. A única reclamação é que os controles eram um pouco duros e não era tão fácil soltar os golpes sem detonar os dedos. Como diria Yusuke Urameshi, “rapadura é doce, mas não é mole não, rapaz!”.

The Mask

Mais um personagem querido para quem viveu na época em que Power Rangers eram novidade, O Máscara era muito legal. O absurdo do desenho ficou ainda mais divertido quando o universo foi levado às telas de cinemas em um filme estrelado por Jim Carrey e Cameron Diaz. E boa parte disso pode ser vista na adaptação para os videogames, The Mask. Não vou mentir, o jogo não é terceira maravilha do mundo, mas deixou muitas boas lembranças.

Só que ele é muito difícil em vários momentos. Seja porque você se perdeu ou então porque não chegou ao chefe com Ms o suficiente e agora não consegue soltar aquele golpe especial que deixaria a briga mais equilibrada. Isso quando os malditos relógios despertadores não fazem você querer arrancar os cabelos de raiva, pelo som ou por serem extremamente difíceis de serem atingidos. Acho que agora sei por que não gosto de acordar cedo.

Final Fantasy VI

Lembra que no começo do texto eu disse que ia falar só de jogos que eu havia jogado na infância? Pois é, eu te enganei. Brincadeira, essa era mesmo a intenção inicial, mas não pude deixar de falar de Final Fantasy VI, meu jogo favorito da minha franquia favorita de jogos. Infelizmente não tive o prazer de jogá-lo naquela época, pois só consegui fazê-lo algum tempo depois de ter ganhado meu primeiro computador. E fui acometido por várias desgraças até conseguir acabar o jogo — foram uns cinco saves perdidos depois de ter avançado bem na história.

Eu poderia ficar horas escrevendo só sobre FFVI, mas vou citar só algumas coisas que me fazem ter um carinho tão especial por ele. Um deles é a história. Nunca antes na história desta franquia tivemos um cast tão grande, diverso e com histórias pessoais tão tocantes quanto neste. E para cada um deles temos vários temas que exprimem toda a emoção que os toma no momento em que são utilizados.


Temos Terra, uma escrava do Império que se arrepende de seus atos quando estava sobre controle mental; Celes, uma garota que cresceu como soldado e começa a descobrir que é mais que isso; Locke, “aventureiro” que busca por uma forma de trazer sua amada de volta à vida; Edgard, que decidiu viver uma vida como Rei de Figaro para que seu irmão, Sabin, fosse livre para explorar o mundo; Setzer, que à primeira vista parece ser um pirata insensível e conquistador, mas que usa isso para esconder a dor da perda de uma grande paixão... e por aí vai.



Há  muitos outros jogos que mereciam ter entrado na lista, mas infelizmente não tem espaço para todos. Alguns que considerei colocar aqui, como Choplifter III, Mickey Mania (explorar a história do ratinho da Disney foi incrível), Aladdin, Mega Man X2 e Zombies ate my Neighbors. O mais legal é que foram tantos jogos lançados para o Super Nintendo que até hoje continuo descobrindo novos. Faltou algum? Conte nos comentários!


Revisão: Vitor Tibério

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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