Blast from the Past

Paper Mario: Sticker Star (3DS) completa 10 anos colando adesivos de carisma por aí

A quarta aventura da série de papel entrou para a história como a primeira a ser lançada em um console portátil.

Apresentando-se como um dos grandes lançamentos da gloriosa era do Nintendo 3DS, Paper Mario: Sticker Star chegou às lojas em 2012 com a nada fácil missão de renovar os padrões de sua franquia. Para isso, as grandes novidades introduzidas não estavam, exatamente, em seu enredo, mas sim na criação de um engenhoso sistema de adesivos, que viria a modificar o lado role-playing da série.


Nesta matéria Blast from the Past, relembraremos os detalhes deste clássico que está completando dez anos de vida. Portanto, junte-se a nós nessa tarefa de colar adesivos e ajude o encanador a salvar o querido Reino do Cogumelo feito de papel.

Imprimindo o jogo em seus bastidores

Em 11 de novembro de 2012, Paper Mario: Sticker Star foi lançado na América do Norte. Naquele mesmo ano, ele faria a sua estreia, no mês de dezembro, na Europa, Oceania e Japão, tendo, portanto, uma geografia de lançamento um pouco distinta do usual. Contando com a publicação da Nintendo, o jogo foi desenvolvido pela Intelligent Systems, que já havia trabalhado nos três títulos antecessores da série: Paper Mario (N64), de 2000; Paper Mario: The Thousand-Year Door (GC), de 2004; e Super Paper Mario (Wii), de 2007.

Quando se trata de seu desenvolvimento, o jogo começou a ser planejado em 2009 e foi devidamente revelado, através de um breve trailer, um ano depois, na E3 2010. Após isso, sabe-se que ninguém menos que o pai do bigodudo, Shigeru Miyamoto, pôde jogar a demo da nova aventura. Entretanto, aparentemente o chefão não ficou muito empolgado com o que foi demonstrado.

Para Miyamoto, o grande problema do protótipo estava no fato de que ele se parecia com um simples port de Paper Mario: The Thousand-Year Door, para o GameCube. Em outras palavras, o recado dado por ele indicava que ainda faltava uma identidade própria para o novo lançamento.



Com isso, a Intelligent Systems tratou de modificar o que já havia construído para tentar criar algo singular. Segundo o produtor Kensuke Tanaba, foi aí que a ideia temática dos adesivos tomou forma: "Originalmente o plano era usar os stickers apenas para resolver quebra-cabeças no mapa geral, mas aí pensamos, 'se vamos fazer isso, então talvez devêssemos usar os adesivos para tudo, inclusive dentro das batalhas’. Então, começamos a repensar completamente as mecânicas do jogo".

Assim, fica claro que, apesar do jogo de 3DS ainda trazer muitas das características que tornaram a franquia famosa, entre elas os puzzles, as batalhas por turno, a progressão RPG e claro, o Reino do Cogumelo feito de papel, a sua carta na manga estaria no uso dos adesivos. Não à toa, isso seria incorporado no próprio nome Sticker Star.

As particularidades desenhadas no papel

Na narrativa do jogo para o 3DS, os adesivos desempenham um papel importante por meio da figura do Sticker Comet, um astro iluminado que anualmente passa por Decalburg, uma pacata cidade do Reino do Cogumelo. Em uma dessas oportunidades, porém, o cometa sofreu diante da presença de Bowser, que não apenas raptou Peach, como também destruiu as localidades e o próprio astro sideral, que se dividiu em seis partes, conhecidas como Royal Stickers. Diante disso, eis que Mario assume a dianteira e, com a companhia da fada Kersti, entra em ação para salvar o dia, resgatar Peach e recuperar os itens perdidos.

Em termos de jogabilidade, os adesivos também vieram a desempenhar, literalmente, um papel importantíssimo dentro dos quebra-cabeças e das batalhas da aventura. No primeiro caso, eles figuram enquanto objetos comuns, como ventiladores, pontes, tesouras e afins, mas que são usados para resolver situações particulares através da técnica Paperize. Já nos embates, os adesivos tornam-se cruciais pois representam os movimentos de cada turno, trazendo um sistema de forças e fraquezas, através de itens que são descartáveis, mas que podem ser coletados nos cenários da jornada.

À vista disso, outra mudança significativa de Sticker Star, em comparação aos jogos anteriores da série, está no implemento de mundos segmentados por fases, que podem ser acessadas através de um hub tradicional. De acordo com a equipe desenvolvedora, essa característica foi implementada para que o título se tornasse mais adequado ao conceito do sistema portátil, com um gameplay mais fácil de ser iniciado e interrompido quando necessário – o que funcionou de maneira agradável nesse sentido.

Um legado que enfeitou a série como um adesivo de caderno

Quando se trata de vendas, Sticker Star foi bem-sucedido e acumulou cerca de 2,48 milhões de unidades comercializadas. Com esses números, tornou-se o terceiro jogo mais vendido da franquia, ficando atrás apenas de Super Paper Mario (Wii), com 4,3 milhões, e Paper Mario: Origami King (Switch), com 3,34 milhões.

É verdade que, em seu lançamento, o título do 3DS sofreu com algumas críticas; muitas delas foram voltadas para a simplificação de sua progressão RPG e para a própria inclusão dos mundos lineares, alegando que isso ofuscou um dos brilhos característicos da série. Essas críticas, por sinal, podem inclusive ser observadas na análise feita pelo Nintendo Blast, no distante ano de 2012.

Porém, ao olharmos para o passado, podemos notar que Sticker Star representou um marco para a franquia, que se permitiu arriscar e apostar em novas mecânicas nos jogos seguintes, como Paper Mario: Color Splash (Wii U), de 2016, e Paper Mario: The Origami King, lançado para o Switch, em 2020. 

Apresentando uma jogabilidade dinâmica, uma história com o humor característico da série e charmosos visuais que ficam ainda mais impressionantes com o efeito 3D ligado no máximo, Paper Mario: Sticker Star celebra dez anos de muita potência e inovação. Assim, não é nenhum exagero dizer que o seu legado grudou tão bem quanto um carismático adesivo, que, mesmo uma década depois, segue colado com muita firmeza.

Revisão: Vitor Tibério

Jornalista, colaborador no Nintendo Blast e doutorando em Comunicação Social.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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