Analógico

Fire Emblem: The Binding Blade e The Blazing Blade (GBA): entendendo a estrutura narrativa

A história é ramificada em alguns pontos, fazendo com que o jogador priorize um caminho ou outro rumo ao objetivo final da campanha.

em 03/08/2023

Embora a ramificação da história tenha se tornado popular na série Fire Emblem graças ao lançamento de Three Houses para o Switch em 2019, algumas entradas mais antigas já haviam apostado nessa estrutura narrativa no passado, como é o caso de Fates, para 3DS. No entanto, nesses exemplos mencionados, o que temos são outros pontos de vista de um mesmo conflito, um fator que acaba alterando a trama de maneira significativa, inclusive nos objetivos a serem alcançados durante a campanha.


No entanto, foi em Thracia 776, no SNES, que surgiu o primeiro indício de rotas alternativas, mas sem desviar da trama original; isto é, o objetivo final permanece o mesmo, porém o jogador tem a opção de escolher qual caminho seguir rumo à conclusão.

Essa característica se manteve em The Binding Blade, The Blazing Blade e The Sacred Stones, os títulos da IP da Intelligent Systems para o Game Boy Advance, mas, nesta matéria, abordaremos apenas a saga de Elibe, que chegou em junho ao catálogo do Nintendo Switch Online + Expansion Pack.



Escolhendo entre A ou B

Em Binding Blade, a história se ramifica em dois pontos diferentes: durante o capítulo 9 e depois no 16, voltando ao caminho principal a partir do 21. No primeiro caso, podemos escolher a rota A ou B ao visitar ou não o vilarejo a nordeste do mapa, porém o mesmo não se aplica à ramificação no capítulo 16.

Isso acontece devido à condição implícita do jogo de comparar a experiência ganha por personagens específicos para definir a rota que Roy seguirá em Elibe: para o caminho A, a experiência total de Shanna e Thea deve ser superior à de Sue e Sin; para o B, os nômades de Sacae devem ter pontos superiores aos das irmãs de Ilia. Apesar de parecerem escolhas aleatórias, elas fazem total sentido dentro da narrativa, já que a rota A explora a terra gélida de Ilia, enquanto a B foca nas planícies de Sacae.




No caso de Blazing Blade, as condições passam a ser baseadas apenas no ganho de experiência de personagens específicos. Contudo, a navegação pelos capítulos pode ser um pouco mais confusa em FE7, uma vez que a campanha apresenta dois pontos de vista diferentes para justificar um fator de rejogabilidade, o de Eliwood (E) e o de Hector (H), cujos acontecimentos são apresentados em capítulos diferentes.

A primeira divisão de rotas acontece em Living Legend (22E/23H): para seguir a rota A, a soma dos níveis de Lyn e Eliwood deve ser igual ou superior a 50 e, dessa forma, o chefe a ser enfrentado no capítulo seguinte será Linus; caso contrário, se essa soma for 49 ou inferior, o jogador lutará contra Lloyd e seguirá a rota B em Four-Fanged Offense (23E/24H).




A segunda ramificação acontece em Unfulfilled Heart (24E/26H), novamente levando em consideração a experiência de determinados personagens. Para a rota A, Erk, Serra, Priscilla e Lucius precisam ter um total de experiência superior à de Dorcas, Bartre, Guy e Raven; para a rota B, o oposto deve acontecer.

Tanto em Binding Blade quanto em Blazing Blade, escolher a rota A ou a B acarreta algumas consequências, como ativar determinadas missões paralelas (marcadas com X ao lado do número dos capítulos nos jogos) e também quais personagens podem ser recrutados. Sendo assim, caso você queira descobrir todos os pontos de vista das histórias, o ideal é revisitar as campanhas mais de uma vez.



Existe uma rota canônica?

Nem FE6, nem FE7 possuem acontecimentos considerados canônicos ou oficiais. Dessa forma, estamos livre para experimentar os jogos da maneira que preferirmos. No caso de The Binding Blade, existe um final verdadeiro, no qual todas as Armas Lendárias precisam estar no inventário e com usos restantes, além de Roy ser obrigado a derrotar o chefe final; no entanto, independentemente das rotas escolhidas ao longo da campanha, todos os equipamentos das missões paralelas são conseguidos.

Já em The Blazing Blade, o fandom tem preferência pela história de Hector, uma vez que são adicionados conteúdos complementares à saga de Eliwood em termos de história, além de haver mais personagens recrutáveis no geral. Mesmo assim, as cutscenes que podem ser obtidas durante a aventura estão ligadas ao nível de suporte alcançado entre determinados personagens, não atreladas a acontecimentos específicos da rota A ou B.




Agora que você já conhece a estrutura narrativa desses dois importantes títulos da franquia Fire Emblem, que tal dar desbravar Elibe com as ferramentas disponíveis no emulador do Game Boy Advance do Nintendo Switch Online? E não se preocupe: temos também um guia básico para lhe auxiliar na jornada de Roy.

Revisão: Davi Sousa
Capa: Thais Santos


Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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