Mario Party 3 (N64) era muita diversão, minigames e fim de amizades! Relembre esse grande clássico do Nintendo 64

Este artigo faz parte da Semana #BlastParty

Com mais de dez títulos existentes, fazendo a alegria (e destruindo amizades) de muita gente, a série Mario Party iniciou-se em 1998 no saudoso Nintendo 64 e desde então, praticamente ano após ano, recebeu divertidas sequências. Uma das mais aclamadas era Mario Party 3, o último da série lançado para o console de 64-bits em 2001. O jogo, comparado com seus antecessores, trouxe diversas novidades e recursos que tornavam a jogatina recheada de situações inusitadas e reviravoltas. Nem tão simples quanto Mario Party, nem tão hardcore como Mario Party 2, o game foi feito pensando no equilíbrio entre as duas partes e cumpriu muito bem esse propósito.

Senta que lá vem história

Reza uma lenda que, uma vez a cada mil anos, surge no centro do Universo uma estrela chamada Millenium Star. Dizem que, aquele que a possuir, recebe o título de "O Maior Superstar do Universo". No entanto, estas estrelas caem do céu assim que nascem...

Mario e seus amigos estavam relaxando no quintal do castelo da Princesa Peach quando, de repente, o sossego é perturbado por uma estrela gigante que cai sobre eles. Em seguida, todos começam a discutir para ver quem vai ficar com a posse dela. Para decidir de modo justo, eles resolvem jogar "Mario Party", e trazem seus brinquedos e tabuleiros. De repente, a estrela começa a brilhar e Mario e cia. são transportados para dentro de uma caixa de brinquedos! A Millenium Star se revela e declara que a disputa pelo título de Superstar iniciou.

Agora, Mario, Luigi, Peach, Yoshi, DK e Wario se enfrentarão em diversos cenários. O vencedor em cada um receberá da Millenium Star as Estampas da Virtude, que representam Humor, Generosidade, Amor, Força, Coragem, Beleza e Travessura. Quem conseguir todas as sete poderá se tornar o grandioso Superstar. Quem vencerá?

Em time que está ganhando se mexe!

O game tem uma jogabilidade bem similar aos anteriores: quatro personagens em um tabuleiro, podendo ser controlados por pessoas ou CPU (sempre é mais divertido jogar com os amigos). O Modo Estória, no entanto, é para apenas um jogador. De qualquer forma, os personagens se enfrentam em tabuleiros (normalmente cenários temáticos, como desertos, cavernas e florestas) recheados de "casas" de várias cores (azuis são normais, vermelhas são de eventos negativos e verdes são de surpresas). Cada pessoa consegue andar de uma a dez casas em seu turno, podendo ampliar ou reduzir esta quantidade com o uso de certos itens. O objetivo é alcançar a casa que contém a Estrela (e ter dinheiro para comprá-la; normalmente 20 moedas). No final de todos os turnos, que variam entre no mínimo 10 e máximo 50, aquele que possuir mais estrelas é o vencedor.

No decorrer do jogo, os personagens coletam moedas ao pisar em casas azuis, encontrar blocos invisíveis e ao vencer desafios, mas também podem encontrar ou comprar itens (até 3 de uma vez) que servem para facilitar sua busca e atrapalhar a de outros jogadores. Além de tudo, se enfrentam em diversos minigames, em disputas que vão desde o popular esconde-esconde até um concurso de comer pizzas. Os minigames colocam os jogadores para cooperar ou competir entre si e muitas vezes as duas coisas ao mesmo tempo, gerando os resultados mais imprevisíveis já vistos em qualquer game feito até hoje. E é justamente isso que melhor simboliza a série Mario Party — em um minuto as pessoas estão se enfrentando, no seguinte estão se ajudando e vice-versa. Daí vem a fama de "destruidor de amizades" do game — mas algo assim só pode ocorrer quando não há esportividade por parte das pessoas envolvidas.

Seria esta uma preparação para os 
Jogos Olímpicos da turma de Mario e Sonic?

Mario Party 3 é um jogo completo, com mais de 12 tabuleiros e 70 minigames inéditos, e pela primeira vez, possui três slots para salvar o game. Gráficos mais bonitos que de seus antecessores, e melhor fluidez nos controles deixam bem evidente o cuidado que a Hudson Soft (deixou saudades) teve ao produzir o game. Os cenários também estão menos "labirínticos" que os de Mario Party 2 e, ao contrário do que aparenta, para se conquistar bons resultados é necessário muito mais estratégia do que pura sorte. Por exemplo, o item Cogumelo Reverso serve para fazer quem é afetado por ele caminhar na direção oposta a que está — você pode usá-lo em alguém que está quase alcançando a Estrela para atrasá-lo, mas caso você já tenha passado pela casa onde a Estrela se localiza, pode usar o item em você mesmo para recuar e pegá-la novamente!

Outro exemplo é o Bowser Phone, um celular que serve para passar trotes em Bowser, fazendo-o roubar moedas daquele cujo nome ele ouvir na ligação. Se o personagem que ele tentar roubar estiver sem nenhuma moeda, ele dará 30 ou 40 moedas para ele ao invés de assaltá-lo! Até que ele é um cara legal, não é mesmo?

   

Diversão que nunca acaba!

Mario Party 3 possui uma das melhores bibliotecas de minigames, não apenas da série, mas de Party games como um todo. Disputas entre quatro pessoas individualmente, em duplas, três contra um e duelos, além de minigames solo para adquirir itens e bater recordes. Vejam alguns dos mais bacanas:

• Messy Memory: os Toads bagunçaram o quarto e deve-se colocar todos os objetos na prateleira, na ordem em que estavam. Quem organizar melhor vence;

• Toadstool Titan: bata em vários tijolos e encontre o Super Cogumelo. Se pegá-lo, você fica gigante e pode pisotear os oponentes. Se não, fuja para não ser esmagado! Quem restar intacto até o fim é o vencedor;

• Rockin' Raceway: uma corrida maneira em cavalos de pau! Aperte A e B alternadamente, num ritmo "galopante" para correr. Fique de olho nas cenouras amarelas na pista (e evite as roxas), e não deixe seu medidor de fôlego esvaziar. Quem atingir a linha de chegada primeiro vence;

• Spotlight Swim: um jogador fica nadando num poço, e outros três controlam holofotes. Os três devem tentar iluminar o nadador com as luzes ao mesmo tempo para capturá-lo e este deve escapar das luzes até que o tempo do minigame se esgote;

• Boulder Balls: um jogador fica sobre uma rampa, disparando pedras, e os outros três tentam escalar a rampa, enquanto desviam das pedras. Se nenhum dos três atingir o topo da rampa até o final do minigame, o jogador solo vence;

• Hyper Hydrants: dois jogadores cooperam para apagar um incêndio; um controla a bomba d'água, e o outro, a mangueira. A dupla que apagar mais "foguinhos" vence;

• Fowl Play: tem uma galinha solta no curral! O jogador que conseguir apanhá-la primeiro vence;

• Vine with Me: este é um prato cheio para os fãs de Donkey Kong! Vá pulando de cipó em cipó até chegar no final da floresta. Mas cuidado para não cair, ou se tornará almoço de Piranha Plants!

• Slap Down: surge a imagem de uma flor no centro da tela. Várias cartas ficam girando e revelam imagens de diversas flores. Quando surgir uma idêntica à que foi requisitada, aperte A mais rápido que todo mundo para dar um tapa nela;

• Locked Out: várias chaves no chão e apenas algumas portas... veja qual figura está na porta e pegue a chave correta. E seja rápido, pois sempre há uma chave certa a menos que a quantidade de portas!

Além das dezenas de minigames, o game também conta com algumas novidades em relação a seus antecessores e, surpreendentemente, sucessores também: Waluigi e Daisy passaram a ser jogáveis a partir daqui e agem como Bosses no Modo Estória. No entanto, eles são jogáveis no Modo Party.

Também há tabuleiros de Duelo, que lembram muito batalhas Pokémon: você utiliza personagens icônicos da série Mario como combatentes. Cada um possui habilidades, forças e fraquezas específicas, e também cobram salário do jogador. Você pode ter até dois parceiros te auxiliando, desde que possa pagar. Cada personagem titular possui um coração de vida dividido em cinco partes, e vence aquele que esgotar a "vida" de seu oponente. Parceiros como Goomba, Chomp e Piranha Plant são mais ofensivos, Koopa, Thwomp e Whomp mais defensivos e Bob-Omb, Boo e Toad mais voltados para estratégias. É um dos modos mais interessantes criados para Mario Party até hoje.

"Koopa Troopa, eu escolho você!"

O outro lado da moeda

Apesar de enormemente divertido, Mario Party 3 também possui alguns problemas técnicos. Primeiro, alguns minigames exigem conhecimento de inglês para entender o que deve ser feito (MPIQ, Curtain Call, estou olhando para vocês). Segundo, há muitos minigames baseados em pura sorte (Merry-Go-Chomp, apesar de engraçado não depende de habilidade nenhuma), sendo os campeões de ódio os desafios do Game Guy, os "Dobro ou Nada".

Por estarem em último lugar, Luigi e Yoshi entraram com recurso no STJD e acabaram vencendo a competição depois...

Estes minigames foram tão detestados pelos jogadores que a partir de Mario Party 4 foram banidos da série para sempre. Um terceiro, mas não tão grave problema, presente também em muitas outras versões, é que há pouca variação dos locais onde a Estrela fica no tabuleiro, possibilitando "mapeamentos" para se obter uma quantidade absurda de estrelas em poucos turnos.

No entanto, estes detalhes não apagam o brilho de Mario Party 3, que consegue ser um game altamente recomendável para qualquer tipo de jogador, seja fã de Mario ou não. Se nunca jogou, junte uns amigos e experimente, é certeza de que não se arrependerão. Se já jogou, é sempre uma boa reviver os grandes e divertidos momentos do ápice do querido Nintendo 64. E de quebra, se tornar um Superstar.

Revisão: Alex Sandro de Mattos

Capa: Daniel Machado