Evoluindo a cada geração

O ano é 1999. Na região de Johto, uma nova aventura estava prestes a começar em New Bark Town com Pokémon Gold/Silver (GBC). Essa nova dupla de jogos dá continuidade à jornada iniciada em Red/Blue três anos antes, além de ser a primeira a oferecer um pós-jogo rico em conteúdo.

No ano seguinte, com exclusividade para o Game Boy Color, surgia Pokémon Crystal, o terceiro jogo da chamada segunda geração. Em 2009, chegou a vez de o Nintendo DS revisitar Johto com Pokémon HeartGold/SoulSilver, agora com as novidades e melhorias da quarta geração.

Dando continuidade ao nosso especial de aniversário de 25 anos de Pokémon, é hora de relembrar o que aconteceu com a introdução de Johto à linha do tempo da franquia.

É um mundo novo de aventuras e o perigo é bem maior...

A primeira grande novidade de Gold/Silver foi a introdução de 100 novos monstrinhos, aumentando as entradas na National Pokédex para 251. Destas, a maioria compunha uma adição às linhas evolutivas já conhecidas, que ganharam pré-evoluções (os chamados “Pokémon bebês”) ou uma nova forma de expandir o potencial de um Pokémon por meio de um fator externo.

Os jogos da chamada geração metálica possuem diferenças entre si, sendo a primeira delas a existência de Pokémon exclusivos entre uma versão e outra. Ainda a respeito dos monstrinhos, Gold/Silver introduziram sprites diferentes, tanto para os novos quanto para os antigos Pokémon, dependendo da versão escolhida.

A segunda grande novidade — e talvez a mais impactante — se dá logo no início da aventura em Johto, quando é pedido ao jogador escolher o horário em que o jogo começará. O relógio interno de Gold/Silver permitia que os mundos virtual e real estivessem em sincronia, já que o sistema dia/noite e os dias da semana também afetaram eventos in-game, especialmente a aparição dos monstrinhos.

Alguns Pokémon ganharam evoluções que só podiam ser obtidas de maneira específica, como o sistema de felicidade (Happiness) para Eevee, Golbat e Togepi e os itens especiais para Seadra, Onix, Slowpoke, Porygon e Scyther. No caso de Eevee, inclusive, a evolução para Espeon ou Umbreon dependia também do horário no jogo (dia e noite, respectivamente).

Por fim, a terceira grande novidade foi a introdução do Day-Care Center, que permitia que Pokémon compatíveis produzissem filhotes, sendo alguns deles os supracitados bebês, como Elekid, Magby e Cleffa; para isso, a maioria dos monstros foi dividida entre macho e fêmea. O sistema de breeding iniciado em Gold/Silver foi, desta forma, o pontapé inicial para uma prática essencial no cenário competitivo de Pokémon.

Dois novos tipos foram introduzidos, Dark e Steel, que mudaram a tabela de fraquezas e balancearam a superpotência dos Pokémon Psychic e o pouco destaque dos Fighting. Ainda no âmbito dos tipos, sete novas Pokébolas especiais apareceram em Gold/Silver e podiam ser fabricadas através de itens chamados Apricorns.

Foi também na segunda geração que os Pokémon começaram a carregar itens, seja para uso automático em batalha, como as Berries, ou para economizar espaço na mochila. O inventário do jogador também passou por mudanças significativas, sendo dividido em quatro categorias específicas: Items; Balls; Key Items; e TM/HM.

Cada um desses bolsos da Bag comportava até 20 itens diferentes, exceto o último, que permitia ao jogador armazenar os 50 TMs e 7 HMs presentes nos jogo. Além disso, todos os objetos passaram a ter descrições, organizando melhor a bagunça que era a mochila na primeira geração.

Não é possível, porém, falar sobre Gold/Silver sem mencionar seu pós-jogo. Após derrotar uma nova Elite Four, o jogador pode viajar até Kanto e seguir os passos do lendário Red, o desafio final do jogo. Porém, para isso, Ethan precisa obter todas as 16 insígnias para se igualar ao maior treinador Pokémon de todos os tempos.

É uma nova jornada, com novas emoções...

Se a primeira geração ganhou uma terceira versão (Yellow), a segunda revisita Johto em Pokémon Crystal (GBC). Suicune passou a ter maior relevância na história do jogo, tornando-se a mascote dessa versão, e alguns Pokémon tiveram sua forma de obtenção mudada, em especial Ho-Oh e Lugia. De certa forma, pode-se dizer que este terceiro lançamento aumentou a complexidade, tanto em história quanto em desafios, da segunda geração se comparado a Gold/Silver.

A trama sofreu alterações significativas, fazendo com que Johto faça jus à mitologia na qual é baseada. Até mesmo os misteriosos Unown, que nada mais eram que simples letras perdidas nas Ruins of Alph, passaram a ter destaque, revelando os segredos escondidos nas ruínas que agora ganharam uma justificativa para sua existência.

Juntamente à reformulação de algumas dungeons

e outras localidades, os Pokémon ganharam cores mais vivas e brilhantes, além de sprites animados — não à toa Crystal não possui retrocompatibilidade com o velho Game Boy, sendo uma versão exclusiva para o Game Boy Color. Novos desafios também foram adicionados, como a Battle Tower e treinadores que não existiam originalmente em Gold/Silver.

A mudança mais importante em Crystal, contudo, foi a possibilidade de jogar com Kris. A introdução dessa personagem é um marco na história dos jogos da franquia, pois permite maior inclusão do ponto de vista social e que passou a ser implementada nos títulos posteriores.

Mas ainda temos que pegar, pra ser dos mestres o melhor!

Gold/Silver viu uma nova oportunidade de se destacar no auge da quarta geração, já no Nintendo DS, com o remake HeartGold/SoulSilver. Agora sem Kris, a contraparte feminina de Ethan é Lyra. Os dois são vizinhos em New Bark Town e passam a interagir mais entre si no decorrer da jornada por uma Johto remodelada e com novos locais a ser explorados, como o safári em Cianwood.

Ethan e Lyra, protagonistas de HGSS

Com mecânicas de Diamond/Pearl/Platinum e o Pokéathlon para substituir os concursos introduzidos na terceira geração, a história segue os acontecimentos de Crystal, especialmente a ênfase em Suicune. Alguns novos eventos foram introduzidos tanto na campanha principal quanto no pós-jogo, incluindo uma viagem ao passado com a ajuda de Celebi e a possibilidade de obter um dos três dragões lendários da quarta geração em Sinjoh Ruins.

Em HGSS, o Pokémon acompanha o jogador

A grande novidade em HeartGold/SoulSilver foi o Pokéwalker, uma espécie de pedômetro com tamagochi que permitia treinar e capturar Pokémon com ajuda de atividades no mundo real. Contudo, a conectividade via infravermelho não foi a única introduzida no remake: o Pal Park, em Celadon, permitia que monstrinhos de Ruby/Sapphire/Emerald fossem transferidos para HeartGold/SoulSilver com mais facilidade, desde que o jogador tivesse um Nintendo DS original ou um Nintendo DS Lite.

Já faz duas décadas desde que a segunda geração fez sua estreia, mas até hoje está presente nos jogos atuais devido às mecânicas que apareceram em Gold/Silver/Crystal. Você conseguiria imaginar o cenário atual de Pokémon sem o sistema de breeding ou a possibilidade de uso automático de itens em batalhas, especialmente no âmbito competitivo? Porque eu definitivamente não.

Caso tenha um tempinho, não deixe de ler nossas outras matérias especiais de aniversário dos monstrinhos de bolso. Já falamos sobre nossos Pokémon favoritos e nossas experiências com a franquia, mas ainda temos muitos conteúdos interessantes. E não se esqueça nunca: gotta catch ‘em all!