Planeta dos macacos: A Origem
DK, para os mais íntimos, é o protagonista da clássica franquia homônima, tradicional pelo alto nível de qualidade dos seus jogos. Contudo, sua história nas selvas de pixels começa bem antes da famosa série Country estrear no Super Nintendo..jpg)
A maioria das suas aventuras é no estilo plataforma, embora tenha feito pontas em diversos gêneros, como corrida, luta e ritmo. Sempre em companhia da sua enorme e confusa família, seus títulos são conhecidos pela inovação técnica e designer de fases aprimorados.

A primeira desventura de Donkey Kong levou seu instinto selvagem a sequestrar a bela Pauline, cabendo ao Jumpman a primeira missão de resgatar uma donzela na sua vida, algo que se tornaria uma sina infinita na rotina desse cidadão. O primeiro jogo com a presença de Donkey Kong e Mario é considerado, também, o primeiro jogo de plataforma a usar, de fato, o pulo, principal característica do seguimento.
Um passado nebuloso


“Nada de muito mau ou repulsivo”, era assim que Miyamoto pensava seu vilão. Contudo, o jeito abobalhado e meio estúpido faziam parte da tentativa de criar um personagem para o público americano. E deu certo, o macaco burro segue firme na cultura pop desde sua concepção no inicio da década de 1980.
Macaco burro?
Algumas histórias permeiam a origem do nome do gorila da Nintendo. Contudo, segundo o próprio mestre Miyamoto, o nome vem da palavra Donkey em inglês, que significa burro ou estúpido. O criador de Donkey Kong parece que vasculhava um dicionário de inglês à procura de algo que desse a entender que o coitado era meio sem jeito, assim, ele foi concebido com essa ideia de ser meio abobalhado mesmo.
Problemas com a fama

Período de mudanças
Após o sucesso da dupla Mario e Donkey Kong, o agora encanador, foi promovido a posto de principal mascote da empresa, enquanto a macacada ficou relegada a papeis de coadjuvantes e participações especiais. Aos poucos o retorno dos Kongs foi sendo trabalhado. Versões dos clássicos dos arcades foram lançadas para Game Boy, e com elas a famosa gravata vermelha deu as caras, tornando-se marca registrada do gorila, levando, na maioria das vezes, suas iniciais estampadas, “DK”.
O mistério da sua origem e uma nova identidade
E não foi apenas na aparência que tivemos mudanças radicais para Donkey Kong, alguns fatos mudariam para sempre sua história, criando polêmica e teorias mirabolantes sobre quem ele realmente é.Na verdade, Donkey Kong não é Donkey Kong. Mas como assim, louco redator? Pois é, caro leitor, O gorila dos primeiros jogos que enfrentou Mario, quer dizer, Jumpman, é, na verdade, Cranky Kong, ou melhor, Donkey Cranky Kong. Ou pelo menos é isso que a Nintendo conta em alguns dos títulos da série principal pós-arcades. Aquele "malvadão" que sequestrava donzelas e atirava barris seria o pai do nosso querido Donkey Kong. Mas isso não significa que o passado do protagonista da série Country seja só de flores e glórias. Nada disso. Embora o responsável por todo o mal à Pauline e Jumpman seja o velho Cranky, Donkey Kong seguia fielmente os passos do seu pai (que em alguns games é dito até como avô). Aquele gorilinha que colocou terror em “Donkey Kong Jr.” e ainda correu nas pistas de Super Mario Kart seria o Donkey Kong que conhecemos hoje, só que mais novo e ainda levando o Jr. do pai no sobrenome. Só mais tarde, em 1994, que Donkey Kong ganharia notoriedade e atingiria a maturidade para seguir com o nome com o qual o conhecemos hoje.
Outras explicações dão conta de que o Donkey Kong Jr. é filho do Cranky e pai do Donkey Kong, sendo assim, o DK que conhecemos hoje seria neto de Cranky. Mas até a Nintendo se complica com essa genealogia, pois em alguns títulos ela o trata como filho e outros como neto do velhote Cranky.
Um gorila de estilo
Enlouquecidamente apaixonado por bananas como qualquer símio que se preze, Donkey Kong é um símbolo na cultura gamers. O gorila musculoso de gravata vermelha faz sucesso entre jogadores de várias gerações.O protetor da Donkey Kong Island desfila exibindo seu porte físico avantajado nas selvas virtuais. Uma das suas principais e mais marcantes características é, sem dúvida, sua inseparável gravata vermelha, sempre bem posta e combinando com o tom dos seus pelos. O forte gorila também conta com um “corte” de cabelo estiloso, exibindo pelos rebeldes no topo do cocuruto. E após suas aventuras nas pequenas ilhas do Game Boy, parece que o gorilão resolveu deixar as sobrancelhas grossas, para transparecer sua seriedade.
Descontraído, descolado e impecavelmente bem penteado, DK costuma estar sempre em boa pose, principalmente quando está ao lado de sua amada Candy Kong.
Subindo degraus com a série Country

Em Donkey Kong Country, DK estreia nos jogos de plataforma sidescrolling, estilo semelhante aos famosos jogos do seu antigo parceiro de ação, Mario. O sucesso foi tanto, que mais dois títulos fecharam a trilogia do gorila mais famoso dos videogames no Super Nintendo. Além do SNES, os jogos da trilogia tiveram versões para Game Boy, com a série Land e foram portados para Game Boy Advance. Foi com a série Country que Donkey Kong e toda sua família entrariam de vez para o seleto grupo de personagens definitivos da indústria de jogos eletrônicos, cravando seus nomes como ícones de uma geração.
Família Kong
E por falar em família, a lista de símios dessa é bem extensa e confusa. Embora o sobrenome Kong esteja presente em quase todos os macacos do jogo, é quase impossível saber quem é o que de quem. Temos no meio dessa confusão Diddy, sobrinho de DK, Dixie, namorada de Diddy, Kiddy, irmão de Chunky e por aí vai. Além desses, ainda tem Cranky Kong, avó/pai do DK, Funky, o ajudante, Lanky, o misterioso, Swanky, suposto irmão de DK, Tiny, a irmã mais nova de Dixie Kong e prima de Chunky e Kiddy, e Wrinkly Kong, senhora ex-dona da mansão Kong, falecida avó de Donkey e Swanky e mulher de Cranky. É uma família bastante confusa, mas feliz.
Novos horizontes tridimensionais
Com o fim da geração 16-bits e chegada do tão aguardado Nintendo 64, os fãs do gorila estavam eufóricos por um novo título da série. E foi em 1999 que a família Kong, comandada pelo rei do rap, Donkey Kong, fazia sua estreia no N64. Na nova aventura, a DK Island era apresentada de forma grandiosa, cheia de vida e desafios, e o melhor, tudo completamente tridimensional, algo inédito para nosso amado símio. Mais uma vez a Rare fez um excelente trabalho com o mascote da Nintendo.
Um astro das pistas
.gif)
Em 1996 Donkey Kong se juntava a turma do Mario em Mario Kart 64 para, mais uma vez, disputar ferozes rachas nas estradas da Nintendo. Agora com sua aparência habitual, peludo e vestindo apenas a gravata vermelha. O pesado corredor fez a alegria de alguns jogadores que apostavam na sua alta velocidade final, mas trouxe tristezas para vários outros que já contavam como derrota a vez que tinham que controlar o gorila.

Por fim, mesmo tendo seu próprio título de corrida cancelado na época do GameCube, o sonho de ter seu nome estrelando um game de corrida se concretizou mais tarde no Wii, com Donkey Kong Barrel Blast. Nesse título, o jogador precisava sacudir os Wii Remotes como se estivesse batucando os Barris para controlar os veículos.
O batuque dos bongos

Com o sucesso de Donkey Kong no mundo da música, tivemos a oportunidade de acompanhar uma jornada completamente ritmada. Os bongos estavam de volta ao holofotes e davam o ritmo em novos títulos do gorila.
O Rei do Swing
Eis que DK assume de vez seu posto de rei do swing. Na série que começou no GBA e estendeu-se para o DS, Donkey Kong deve explorar os cenários tropicais da DK Island usando apenas os botões de ombro dos portáteis. R e L controlam os braços do gorilão, fazendo com que ele se agarre nas plataformas da fase e siga seu caminho ao som de muita música boa.
Um astro da TV
Tendo sua estreia na TV no programa The Saturday Supercade, Donkey Kong aparece fugindo de um circo onde é perseguido por Mario e Pauline, como acontece com o jogo original. Também é possível ver o símio sequestrando a bela Pauline e enfrentando Mario pela posse da donzela em alguns episódios da série televisiva.Um atleta completo

Além de herói, DK é um excelente esportista. Mais tarde, todas as suas habilidades seriam postas à prova nos jogos olímpicos, no qual fez parte do time do Mario na disputa por medalhas contra a galera do Sonic em Mario & Sonic at the Olympic Winter Games.

Estreando nas quadras de tênis do falecido Virtual Boy com Mario Tennis, Donkey Kong mostrou agilidade e condicionamento físico para se manter entre os jogadores do time do Mario. Em Mario Tennis, Mario Power Tennis, Mario Tennis: Power Tour e Mario Tennis Open, o gorilão faz bonito com a raquete na mão. Embora não seja muito veloz, a força da sua raquetada compensa a falta de agilidade.

Donkey Kong também é destaque em Super Mario Strikers para o GameCube e fez sua primeira aparição no Wii no título Mario Strikers Charged como um capitão de futebol jogável. Em Mario Super Sluggers, ele aparece como um capitão novamente. Donkey Kong também aparece em Mario Superstar Baseball, arriscando umas tacadas nos campos de basebol com a turma do Mario. Ele fez uma aparição jogável em Mario & Sonic nos Jogos Olímpicos de Inverno, Mario & Sonic nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e Mario & Sonic nos Sochi 2014 Jogos Olímpicos de Inverno. Ele também aparece em Mario Hoops 3-on-3 e Mario Sports Mix.


O retorno triunfal
Em 2010, Donkey surpreende o mundo gamer com o retorno da série Country. Em Donkey Kong Country: Returns, DK volta para a Donkey Kong Island para impedir que a Tiki Tak Tribe roube todas as bananas do reino. O jogo marcava o fim das férias do nosso protagonista nos jogos de plataforma, e melhor, com estilo e sendo um sucesso de vendas e críticas, trazendo as antigas mecânicas num belo e desafiador mundo.Assim como aconteceu com o Wii, com o anúncio do seu sucessor as expectativas quanto a um novo jogo do gorila mais famoso dos videogames aumentaram, principalmente pelo sucesso obtido no retorno da série Country. E os felizardos donos de um Wii U não demoraram até receber a surpresa. Donkey Kong Country: Tropical Freeze chegou arrasando em 2014. Dessa vez DK e seus amigos aparecem em alta definição. Cada pelo do símio esvoaça suave pelo incrível universo criado pela Retro Studios, e o melhor, tudo isso ao som do lendário David Wise.
O legado
Descrito na Nintendo Power em sua edição 250 em janeiro de 2010 como seu oitavo herói favorito, como que mesmo sendo um pouco babaca, é incrivelmente bom no geral, além de divertido. Ironicamente, DK também transitou na lista dos vilões, sendo escolhido como o oitavo melhor vilão da Nintendo. Nesta edição há recomendações de que é melhor evitá-lo quando estiver sem gravata (alusão aos seus primeiros títulos no arcade). Um pouco de vilão, muito de herói, com um ar meio desajeitado, mas forte e destemido. O mais famoso e amado gorila da história dos videogames tem seu lugar de honra entre os principais personagens dessa indústria, protagonizando títulos de qualidade e divertindo várias gerações de jogadores, seja nos antigos arcades e consoles de mesa, até os portáteis.Por fim, é notória a relevância de Donkey Kong para a indústria do entretenimento digital, sendo responsável direto por várias reviravoltas no mercado de games, criando e recriando modelos e sendo, quase sempre, sinônimo de qualidade e diversão. Com certeza ainda veremos o rei do swing balançando nos galhos da Donkey Kong Island por muito tempo, trazendo para os amantes de um bom game, muitas horas de diversão e exploração, além de muita música, claro.Que o dono da gravata vermelha continue fazendo a alegria dos jogadores ao redor do mundo. Vamos aguardar ansiosos até a próxima vez que visitarmos a exuberante ilha dos macacos na companhia do rei do swing.
Revisão: Luigi Santana
Capa: Diego Migueis