Assassin's Creed: The Ezio Collection (Switch) e o benefício da portabilidade do Switch

Principal diferencial do Switch, a portabilidade, se justifica cada vez mais em casos de coletâneas clássicas do passado.

Após muita expectativa, três das entradas mais icônicas da franquia Assassin's Creed chegaram ao Nintendo Switch sob o título de Assassin's Creed: The Ezio Collection, no último mês de fevereiro, consolidando-se como uma ótima coleção de games, com boas notas e recepção positiva por parte do público.

Todos os caminhos levam a Roma

Desde o início da saga, ainda em 2007, em meados da sexta geração de videogames, a franquia rapidamente tomou os holofotes da indústria e apresentou-se como a principal IP da renascença da francesa Ubisoft, a partir da sétima geração de consoles.

Graças a excelência da empresa em conduzir as campanhas de publicidade do game com o bom momento da ascensão das redes sociais — em especial o YouTube —, e seus vídeos de parkour sendo cada vez mais populares, a empresa francesa empilhou sucesso atrás de sucesso, e fez de seus jogos verdadeiros clássicos da indústria de games ocidental.

Um novo sol na terra onde ele nasce

O Nintendo Switch, por sua vez, também significou uma Renascença para a Big N, de maneira que estabeleceu-se como ponto fundamental em um movimento de projeção e interesse não só pela mídia especializada, mas como do público geral, que não via tanto respaldo na empresa japonesa desde a conquista do mundo com o lançamento do Wii, ainda no começo do milênio.

Com a evolução do console híbrido no mercado, enquanto algumas das mecânicas diferenciais foram deixadas um pouco de lado, tal como o HD-Rumble e os sensores de infravermelho aprimorados, foi justamente na característica híbrida do console que um grande ponto de inflexão foi notado por todas as desenvolvedoras de games.

Sempre há uma primeira vez 

Historicamente, a Nintendo sofre bastante com a escassez de títulos de empresas third-parties em seus consoles de mesa, tal qual foi fato constante desde o lançamento do N64 e a decisão da empresa japonesa em não se alinhar com a tendência dos CDs.

Devido a isso, muitos dos lançamentos mais relevantes da indústria, em especial a indústria ocidental, foram deixados de fora das plataformas nintendistas, até mesmo nas ocasiões nas quais a tecnologia empregada era insuficiente para a execução dos títulos.

Com o gigantesco sucesso obtido pelo Nintendo Switch e a capacidade de se reproduzir games de qualidade páreo aos da oitava geração — mesmo que na telinha 720p do híbrido —, a plataforma funcionou como uma vitrine para que todas as desenvolvedoras resolvessem arriscar títulos em uma eventual abocanhada de boas vendas.


Nesse sentido, o console se tornou um real aglutinador de coletâneas e remasters dos mais variados títulos e gêneros, tais como:


Todos fazendo parte do arsenal de clássicos do passado, retornando para os holofotes da indústria.

Acontece que a portabilidade do Switch, ou ao menos a sensação de poder levar o videogame para onde quiser, dá mais sentido para muitas das aventuras, antes limitadas aos cabos, controles e complicados menus das suas gerações de origem, para que consigam se tornar mais dinâmicas, diretas ao ponto e interessantes.

É exatamente esse processo que ocorre em Assassin 's Creed: The Ezio Collection. Embora todos os games da coletânea tenham obtido reconhecimento e admiração por parte dos jogadores em seus respectivos lançamentos, as empreitadas de Ezio Auditore e Desmond Miles estão mais contínuas e fluidas do que nunca, agora apenas a três ou dois botões de distância da ação.

E esse movimento não se justifica apenas para jogos de ação/aventura que também brilharam no console, como The Witcher 3: Wild Hunt Complete Edition (Switch), mas também em jogos de luta, fantasia e nos próprios games retrô, graças ao Nintendo Switch Online.

O protagonista mascarado

O principal fator “culpado” por trazer essa sensação de quase plug-n’-play é o bem bolado “Modo de Descanso” do Nintendo Switch. Tal função facilita — e muito — o console a ter essa versatilidade, que se assemelha ao que já possuímos em nossos smartphones e a noção de conexão contínua e disponível com tudo. 

Ainda que o consumo de bateria não se encerre por completo nesta configuração, em especial para donos dos modelos mais recentes do Switch — de bateria ampliada —, a funcionalidade é simplesmente um acerto em cheio no alvo.

Os ruins não acertam, mas o futuro é promissor

Com tantos movimentos de sucesso realizados nesse sentido, cabe destacar também que muitos fracassaram miseravelmente. É justamente pela ausência da possibilidade dessa portabilidade que jogos como Control Ultimate Edition: Cloud Version (Switch) e Kingdom Hearts: Integrum Masterpiece for CLOUD (Switch) falharam tão feio.

Ao mesmo tempo em que a tecnologia evolui e a capacidade técnica do Switch vai se distanciando da primazia dos títulos mais recentes para as plataformas rivais, a atração das empresas pela gigantesca base instalada do híbrido se mostra também bastante nítida. Ao passo que talvez a Nintendo seguirá ausente nos grandes lançamentos como The Elden Ring (Multi), o Switch se tornará uma bela e versátil máquina de títulos “retrô”, que certamente verão novos ares e novos públicos na plataforma japonesa.

Em uma base instalada de fãs que valoriza cada vez mais os títulos do passado como parte do “auge” da história da indústria, é de se entender que o velho, cada vez mais, não é sinônimo de ruim ou ultrapassado — talvez só um pouco enferrujado mesmo.

E você, já pôde se aventurar mais uma vez pela Itália Renascentista, dessa vez no Nintendo Switch? Deixe abaixo um comentário!
Revisão: Janderson Silva

Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
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