De Pokémon GO ao Switch: Retrospectiva Nintendo 2016

O ano da Big N foi cheio de novidades que apontam para um futuro promissor.



Se tivéssemos que resumir o ano da Nintendo em apenas uma palavra, qual seria? Uma boa opção é transição, afinal, vivemos os últimos momentos do Wii U enquanto aguardamos a chegada do Switch. Ou então, que tal atualização? Pois, finalmente, a Big N começou a romper com antigos paradigmas e passou a olhar com atenção para o atual cenário da indústria dos videogames, por exemplo, liberando seus personagens para estrelarem games em dispositivos móveis. Renovação é outro termo que também entra na lista, já que muitos dos fãs de Mario e companhia acreditam que as mudanças adotadas pela companhia de Quioto podem significar um futuro com dias mais dourados.


Com tantos termos possíveis, a melhor alternativa é recordar o que de bom (e ruim) aconteceu nesses últimos 12 meses antes de escolher tal palavra. Neste ano, ganhamos poucos lançamentos de jogos, por outro lado, recebemos uma grande quantidade de informações que nos auxiliam a idealizar o que a Big N pensa para o seu próprio futuro. Então, preparem-se e vamos embarcar rumo ao passado para a retrospectiva de 2016 da Nintendo.

Games de menos?

Mario, Metroid, Star Fox, Kirby, Pokémon e Zelda. Boa parte do dream team da Big N recebeu algum game em 2016, seja um projeto inédito ou remasterizações. Mesmo assim, foram poucos os jogos que conseguiram surpreender positivamente e ficarão marcados na memória dos fãs. Não que os títulos sejam ruins, mas o fato é que poucos trouxeram aquele algo a mais que a Nintendo costuma apresentar em seus trabalhos. Talvez, a explicação para esse fato é que boa parte da equipe da empresa está se dedicando ao Switch ou ao Breath of the Wild.
Escalada rumo a 2017


O campeão de aparições nos lançamentos do ano foi o encanador mais querido do mundo. Mario participou de cinco games em 2016, sendo que a maratona começou com Mario & Sonic at the Rio 2016 Olympic Games. Além de mostrar suas habilidades esportivas, o encanador também exibiu seus dotes artísticos em Paper Mario: Color Splash. Como ninguém é de ferro, tiramos um tempinho para uma baita festança com Mario Party: Star Rush. Tivemos ainda uma nova oportunidade de mostrar o Miyamoto que existe dentro de cada um de nós com o port de Super Mario Maker para o 3DS. Para encerrar a correria, o bigodudo chegou rapidamente aos dispositivos mobile com Super Mario Run. Ufa, haja fôlego para tantas aventuras.

Já aqueles que gostam de Pokémon tiveram a oportunidade de passar bons momentos do ano ao lado dos monstrinhos de bolso, começando com os spin-off Rumble World e Super Mystery Dungeon. As batalhas atingiram um novo nível em Pokkén Tournament e também realizamos o sonho de sair em busca das criaturinhas em Pokémon GO. Já mais para o final de 2016, recebemos o convite para conhecer a paradisíaca região de Alola com Pokémon Sun & Moon, jogo que pode ser considerado o melhor lançamento do ano para consoles da Nintendo.

Hyrule provou, mais uma vez, que sempre é um belo cenário para novas (ou velhas) jornadas com The Legend of Zelda: Twilight Princess HD e Tri Force Heroes. A bolotinha rosa mais fofa do universo veio detonando tudo em Kirby: Planet Robobot. Já quem está com saudades de Samus recebeu Metroid Prime: Federation Force, título que não é bem aquilo que esperávamos, mas que conseguiu até impressionar boa parte dos jogadores que esperavam um game péssimo após a liberação dos primeiros trailers.
Uma das surpresas do ano

O troféu de decepção de 2016 acaba indo para Fox McCloud e seu grupo de mercenários que estrelaram Star Fox Zero. O jogo acabou dividindo opiniões, com alguns que o adoraram e outros que detestaram. Entre os pontos que geraram discórdia estão os controles confusos e repetição da mesma história, e algumas fases, que já havia sido contada em Star Fox 64.

Esses foram apenas os lançamentos das franquias mais consagradas da Nintendo, porém a lista não termina por aí. Recebemos também Fire Emblem Fates, Tokyo Mirage Sessions #FE, Phoenix Wright: Ace Attorney - Spirit of Justice e Dragon Quest VII: Fragments of the Forgotten Past. Mesmo sem grande apoio das third-parties, 2016 teve um bom número de novos títulos. Levando em consideração somente aqueles que falamos por aqui, foi mais de um lançamento por mês. Haja tempo para tantos games.
Concordam que esse foi o GOTY da Nintendo?

O ano dos mobile

O universo dos videogames vem passando por uma grande transformação nos últimos anos, com os dispositivos móveis ganhando espaço na indústria. A pesquisa Game Brasil 2016, divulgada em março deste ano, mostrou que 77,2% do público brasileiro que se considera gamer escolhe o smartphone como principal meio de acesso aos jogos. Esses números são prova de que as grandes produtoras precisam olhar com mais carinho para esse tipo de dispositivo, e parece que em 2016 a Nintendo, finalmente, entendeu o recado.

Foi em 2015 que a Big N revelou que estava entrando nesse novo mundo, porém, somente esse ano que conseguimos perceber que a escolha foi pra lá de positiva. Após a estreia meio morna com Miitomo, a Nintendo surpreendeu o planeta com Pokémon GO. A aventura em realidade aumentada, resultado do trabalho da The Pokémon Company em parceria com a Niantic, foi um estrondoso sucesso.

Grandes metrópoles, como Nova Iorque, simplesmente pararam quando algum monstrinho mais raro aparecia em pontos estratégicos. O impacto social que o jogo conquistou foi algo inimaginável e que dificilmente será vivido novamente. É claro que Pokémon GO tem suas falhas, sendo um game bem simples e que acabou despertando o desinteresse de grande parte do público com o passar do tempo. Porém, o game deve ter lugar garantido entre os mais importantes do ano devido ao choque cultural que conseguiu provocar em todos os continente.
O que acontece quando um Vaporeon aparece no Central Park (Nova Iorque)


Embarcando no sucesso de Pokémon GO, não demorou muito para que a Nintendo confirmasse que seu mascote também estava com as malas prontas rumo aos dispositivos mobile. Super Mario Run não repetiu o mesmo fenômeno das criaturinhas, mas foi bem recebido pela crítica e público. Além de divertido, o aplicativo é um marco na história da Nintendo, afinal, essa é a primeira vez em que o encanador parte em busca da princesa Peach em um título oficial que não roda nos consoles fabricados pela Big N.

Se antes havia qualquer dúvida, 2016 provou que a Nintendo veio para conquistar o mercado mobile e, pelo que vimos, tem tudo para conseguir alcançar tal feito.

O revolucionário Switch

Durante todo o ano, cada dia que passava ficávamos mais ansiosos por qualquer novidade sobre o misterioso NX. Foi um verdadeiro balde de água fria quando a Nintendo confirmou que não falaria sobre o console em sua apresentação na E3. Todo o clima de dúvidas acabou fazendo com que boatos surgissem aos montes. E não foi que um desses rumores acertou em cheio... Meses antes do trailer do videogame ser liberado, o portal Eurogamer já havia publicado matéria com boa parte das especificações do equipamento. Muito do que estava no artigo se revelou verdadeiro.
Quando o vídeo finalmente foi ao ar, a surpresa não foi tão grande para quem já havia lido a matéria da Eurogamer. Mesmo assim, a primeira impressão do Switch foi positiva. Além da confirmação de que a plataforma seria híbrida, tivemos ainda vislumbres dos primeiros títulos que chegarão ao console, como o novo Mario 3D, Skyrim e Breath of the Wild. Passada a euforia inicial, começaram a surgir novas dúvidas na internet: qual será a "potência do aparelho"? O desempenho será o mesmo tanto no funcionamento portátil quanto na mesa? Qual será o preço? Até o momento, só podemos especular sobre essas questões, mas já está agendado para os primeiros dias de 2017 um Nintendo Direct que será dedicado ao Switch.

Uma E3 lendária

Quantos jogos são necessários para ser o vencedor da E3? Em 2016, a Nintendo precisou somente de um, se bem que não estamos falando de um game qualquer, mas sim de uma lenda. A Big N reservou praticamente toda sua participação no evento para falar sobre The Legend of Zelda: Breath of the Wild. A nova jornada de Link, que deve chegar em 2017 para Wii U e Switch, promete ser de proporções épicas no maior mundo aberto da história da franquia.

Mesmo com Link sendo a estrela da festa, tivemos tempo para conhecer um pouco mais da Alola que Pokémon Sun & Moon traria. Também aconteceram outros anúncios durante a feira, como o título Ever Oasis, RPG de ação e aventura que chegará ao 3DS em 2017, e uma nova leva dos queridos amiibo.
Nossa equipe esteve na E3 2016 e tietou o herói de Hyrule

Modernidade retrô 

O universo dos games está tomado por uma onda retrô e a Nintendo entrou no clima com o lançamento do NES Classic Edition. O relançamento do clássico console de 8 bits veio acompanhado de 30 jogos em sua memória, incluindo Donkey Kong, Mega Man 2, Super Mario Bros. e The Legend of Zelda. O brinquedinho foi lançado em novembro deste ano e chegou ao mercado americano com o valor de 59,99 dólares.

Porém, a Big N acabou subestimando o produto e não demorou muito para que a plataforma desaparecesse das prateleiras de todo o mundo. Somente nos Estados Unidos, 200 mil unidades foram vendidas em pouco mais de 15 dias. Com as constantes reclamações de fãs que procuravam o videogame e não o encontravam, a Nintendo prometeu que uma nova leva de aparelhos chegaria para abastecer o comércio neste final de ano. Aparentemente, a promessa foi cumprida.

Quem disse que a Nintendo não lançou nenhum console em 2016?

Parabéns para você!

Em 2016, várias franquias comemoraram datas importantes. Enquanto Pokémon atingiu seus 20 anos, Zelda, Metroid e Kid Icarus chegaram aos 30. Aqui no NintendoBlast não esquecemos dos aniversariantes e os presenteamos com séries de matérias especiais. Caso tenha perdido alguma ou queira relembrá-las, o momento é agora:

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KidIcarus30th

#KidIcarus30th

Super Nintendo

Quem também atingiu idade importante foi nosso querido Super Nintendo, que completou 25 anos em 2016. Claro, o console também recebeu uma série especial:

Jogos preferidos — Pedro Vicente
Jogos preferidos — Vinícius Veloso
Jogos preferidos — Thiago Caires
Jogos preferidos — Gilson Peres
Jogos preferidos — Victor Miller
Jogos preferidos — Juni Chaves
Jogos preferidos — Luiz Roveran
Jogos preferidos — Ailton Bueno
Jogos japoneses preferidos — Farley Santos

Olho no futuro

Repassando pelos principais momentos do ano, não é difícil de concluir que a Nintendo está mais viva do que nunca. Voltando ao início do texto, talvez a melhor palavra para definir o ano da Nintendo seja mobilidade, pois a aposta no mercado mobile foi ação que rendeu ótimos frutos e, por isso, investimentos nessa área devem se tornar cada vez mais constantes. Além dos celulares e tablets, poderemos levar novos heróis favoritos para qualquer local que formos com o novo Switch, e quem não está ansioso com tal possibilidade?

O desejo que fica é que toda a expectativa criada nesse ano se transforme em realidade o mais rápido possível. Que venha 2017! E que venha o Nintendo Switch!



Revisão: Arthur Maia

É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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